Alessandra Azevedo
postado em 27/12/2019 12:00
O número de desempregados tem diminuído no país, mas com cada vez mais pessoas recorrendo à informalidade, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua, divulgada nesta sexta-feira (27/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego caiu de 11,8% da população ativa para 11,2% no trimestre encerrado em novembro.Embora 785 mil brasileiros tenham conseguido entrar no mercado de trabalho, na comparação com os três meses encerrados em agosto, a quantidade que passou a trabalhar por conta própria atingiu recorde da série histórica, com a entrada de 303 mil pessoas na lista. Ou seja, 38,6% dos novos postos foram gerados nessas condições entre um trimestre e outro.
A alta foi de 1,2% em relação aos três meses anteriores. No total, há 24,6 milhões de brasileiros por conta própria, que fazem parte dos 38,8 milhões que estão na informalidade. Mesmo com os resultados crescentes nesse grupo, 378 mil pessoas conseguiram empregos formais no trimestre encerrado em novembro, alta de 1,1% na comparação com os três meses anteriores.
A taxa de desemprego caiu de 11,8% da população ativa para 11,2% no período, na comparação com os três meses anteriores, de junho a agosto. O índice é o menor desde o trimestre encerrado em março de 2016, quando foi de 10,9%. Apesar da melhora, puxada pelos setores de comércio, alojamento e alimentação, 11,9 milhões de pessoas continuam desempregadas no país.
Embora seja positivo, o movimento "não é suficiente para uma mudança na estrutura do mercado de trabalho", avalia a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. "A despeito dessa reação, durante todo o ano houve crescimento nas categorias relacionadas à informalidade, como conta própria e empregado sem carteira;, ressalta.
Fim de ano
A abertura de vagas temporárias para as festividades de fim de ano e para a Black Friday contribuiu para o resultado positivo. O comércio foi responsável por quase metade dos novos postos de trabalho gerados no trimestre. Entre setembro e novembro, 338 mil pessoas foram empregadas no setor, uma alta de 1,8% em relação aos três meses anteriores
Na área de alojamento e alimentação, foram geradas 204 mil vagas. Em terceiro lugar, ficou a construção, com 180 mil. Já o setor de agricultura e pecuária fechou 198 mil postos no trimestre encerrado em novembro. Outros 26 mil brasileiros perderam empregos na indústria.
Em média, os trabalhadores brasileiros receberam R$ 2.332 por mês no período avaliado, entre agosto e novembro. O resultado representa alta de 1,2% em relação ao mesmo trimestre de 2018, quando o rendimento médio real, corrigido pela inflação, era de R$ 2.305.