Economia

Torcida por spread menor

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 29/12/2019 04:13
Os custos do crédito no mercado financeiro ainda não acompanharam o ritmo de redução da taxa básica da economia, Selic, que caiu para menos da metade do que estava em 2016, de 14,25% ao ano, para 4,5%, atualmente. Uma das dúvidas do mercado é se o spread bancário (que inclui a margem de lucro, impostos e os custos das instituições financeiras) vai cair ou não a partir de 2020.

Crédito mais barato é positivo para a retomada da economia, renegociação de dívidas e um estímulo para a compra da casa própria. Marcos Sarmento Melo, da Valorum Gestão Financeira, demonstra otimismo em relação à queda no custo do crédito. ;Com o aumento da concorrência, o spread cai. Temos cada vez mais fintechs e agentes financeiros com a possibilidade de oferecer um crédito mais competitivo;, explica. Contudo, ele acredita que a intensidade e o momento em que isso vai acontecer, nem o Banco Central pode prever.

Na avaliação de Myrian Lund, da Fundação Getulio Vargas (FGV), a redução do spread depende muito mais do comportamento da população que busca crédito. Segundo ela, é preciso tomar uma posição mais ativa na mesa de negociação e pressionar os bancos a se tornarem mais competitivos. ;Cabe a cada um de nós sair da cadeira e agir de uma forma mais profissional. Temos que fazer a nossa parte e aprender a dizer não.;

Pesquisa

A professora orienta que não é preciso pegar um empréstimo no primeiro local procurado. ;Hoje podemos entrar na internet procurando por crédito e temos um mundo completamente diferente. Da mesma forma que podemos pedir um carro por aplicativo, nós temos novas alternativas no mercado financeiro;, exemplifica. ;Os bancos só vão mudar quando as pessoas começarem a dizer não para as taxas de crédito. É simples. Não podemos esperar que o governo tome todas as atitudes quanto a isso;, completa.

Luciana Ikedo, assessora de investimentos, também acredita que as taxas de crédito devem cair em 2020. ;Mesmo que o ciclo de cortes tenha chegado ao fim, a gente entende que, nesse momento, os juros vão continuar baixos e para crédito isso é extremamente positivo.; Para ela, essa é uma boa oportunidade para as pessoas se organizarem, conseguirem quitar as dívidas e buscarem melhores condições para financiamentos de bens e de imóveis. ;Caso seja devedor, faça uma reorganização das dívidas com as instituições e foque em uma dívida única para conseguir um período mais alongado;, aconselha. (AR e GP)

*Estagiário sob supervisão de Rosana Hessel



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