Economia

Caixa manterá devolução de recursos ao governo para abater dívida com União

A estatal fará as transferências como forma de pagamento da dívida que tem com a União, de R$ 40,2 bilhões

A Caixa Econômica Federal vai continuar devolvendo recursos ao Tesouro Nacional este ano. A estatal fará as transferências como forma de pagamento da dívida que tem com a União, de R$ 40,2 bilhões.

O dinheiro será usado pela equipe econômica para abatimento na dívida pública. No ano passado, foram pagos, até setembro, R$ 11,35 bilhões, constituídos em Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD).

O valor, contudo, ficou abaixo da meta, de R$ 20 bilhões. No entanto, o presidente da instituição financeira, Pedro Guimarães, bancou, nesta quinta-feira (2/12), a continuidade dos depósitos à medida em que os resultados trimestrais forem confirmando o crescimento do lucro. 

Lucro recorde

Em 2019, por exemplo, a Caixa registrou lucro recorde. O resultado oficial será divulgado em fevereiro. “Não posso colocar um número, até porque não fechou, mas será o maior lucro da história”, afirmou Guimarães no Palácio do Planalto, após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro.

Para 2020, as expectativas também são boas. Nos últimos seis meses, o banco contabiliza um acúmulo de mais de 1 milhão de clientes. O aumento do número de consumidores e a projeção de queda na inadimplência — em decorrência de ações estratégicas e da redução de juros pelo Banco Central (BC) e pela própria estatal  — criam espaço para manter o crescimento.

Saiba Mais

Com mais lucro, maiores são as possibilidades de o banco honrar o compromisso de quitar a dívida com o governo. “A gente vai ter o resultado que a gente devolveu R$ 11,35 até setembro de 2019. Ou seja, o resultado de setembro nós teremos mais espaço para poder devolver. A cada trimestre, a gente pode devolver mais um valor, porque vai tendo mais lucro”, sustentou Guimarães.

Ele ressalta, contudo, que o processo dependerá de regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Essa discussão ela é toda matemática e depende dessa operação de mercado de capitais”, frisou. 

A expectativa do mandatário da estatal é que a definição das regras ocorra o mais rápido possível. “Só que são etapas que têm tanto a CVM, quanto a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), são todos órgãos reguladores. A gente está muito preparado para essas operações. (...) Agora, quando faz uma operação de mercado de capitais grande, como a gente tem, por exemplo, na operação de seguridade ou patrimônio líquido muito pequeno, então você tem um resultado financeiro muito grande dessa operação”, destacou.