Economia

Câmbio: Aumento da tensão no Oriente Médio leva dólar a R$ 4,05

Correio Braziliense
postado em 03/01/2020 18:50
A escalada da tensão comercial no Oriente Médio, após o ataque da Casa Branca que matou o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Qassim Suleimani, provocou forte queda das moedas emergentes e com o real não foi diferente. O dólar operou o dia todo em alta e, no mercado à vista, fechou com valorização de 0,78%, a R$ 4,0555. No mercado futuro, a moeda para fevereiro terminou com ganho de 0,81%, a R$ 4,0635. O volume de negócios seguiu baixo no mercado local de câmbio, com muitos investidores ainda fora das mesas de operação por conta das festas de final de ano. Mas o clima de cautela predominou durante toda a sessão, com investidores buscando refúgio no dólar até entender os desdobramentos que a morte do iraniano pode ter para a economia mundial. A consultoria inglesa Capital Economics estima que uma guerra entre Estados Unidos e Irã poderia reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) global em cerca de 0,3 ponto porcentual. "O ataque aéreo americano desencadeou uma fuga para portos seguros no mercado de moedas", avalia o chefe da área do moedas do banco alemão Commerzbank, Ulrich Leuchtmann. Com isso, o iene se fortaleceu e as moedas emergentes foram perdedoras, ressalta ele. No Chile, o dólar chegou a subir 2% e, na África do Sul, avançava 1,5% no final da tarde. O real foi a terceira com pior desempenho entre os principais emergentes. Leuchtmann nota que a lira turca teve movimento bem mais contido (+0,31%) que outras moedas emergentes, um indício de que os investidores mais especulativos podem já ter deixado o país, que foi alvo recentemente de sanções americanas por conta dos ataques de Istambul a bases Curdas na Síria. Ante moedas fortes, o dólar acabou ficando praticamente estável, com o índice DXY subindo 0,02% no final da tarde. "O mercado monitora os próximos acontecimentos no Oriente Médio", afirma o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen. A expectativa inicial após a notícia da morte de Qassim Suleimani era de um dia ainda mais nervoso para o mercado, ressalta ele. Mas na falta de outros desdobramentos, o dólar chegou até a bater mínimas no começo da tarde, a R$ 4,03. Mas com o final de semana pela frente, o clima de cautela predominou. Em meio aos eventos no Oriente Médio, a ata do Federal Reserve (Fed) acabou não afetando os preços. Para Nagen, um evento que pode afetar as cotações é a reunião no próximo dia 15 entre Estados Unidos e China que vai marcar a assinatura do acordo comercial fase 1 entre as duas maiores economias do mundo. Os dirigentes do Fed notaram que o avanço das negociações entre a Casa Branca e Pequim reduziu os riscos para a economia mundial.

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