O presidente Jair Bolsonaro ainda avalia se participará da reunião que vai discutir os impactos da elevação do preço do barril de petróleo no exterior no mercado interno de combustíveis. Na sexta-feira (3/1), ele deixou a entender que participaria do encontro, em que também deve participar o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Nesta segunda (6/1), não garantiu a presença, embora reconheça a “gravidade do assunto”.
Apesar de não bancar a ida à reunião, Bolsonaro deixou aberta a possibilidade de ir. “Se eu tiver oportunidade, vou ver se é o caso de eu comparecer dada a gravidade do assunto”, ponderou. O presidente admitiu que o preço dos combustíveis está elevado no mercado interno, mas minimizou o impacto da crise entre Estados Unidos e Irã no mercado interno.
“Reconheço que o preço está alto na bomba. Graças a Deus, pelo que parece, a questão lá dos EUA e Iraque, do general lá que não é general, e perdeu a vida, o impacto não foi grande”, sustentou.
O capitão reformado lembrou que o preço do barril de petróleo tipo Brent chegou a oscilar em alta de 5%, mas fechou o dia em 3,5%. “Não sei quanto está, hoje, a diferença em relação ao dia do ataque. Mas a tendência é estabilizar”, analisou. Contudo, o preço continua subindo. No mercado externo, o barril sobe a 1,24%, cotado a cerca de US$ 69,45.
O compromisso está previsto para ocorrer no Ministério de Minas e Energia. Às 16h, horário citado por Bolsonaro, o ministro da pasta, Bento Albuquerque, participa da reunião de coordenação com entidades do setor de petróleo e gás vinculadas. Não é certo, ainda, se Castello Branco estará presente. Na agenda oficial informada no site da estatal, a informação é de que ele não tem compromissos oficiais nesta segunda.
Quebra do monopólio
O governo, contudo, permanecerá empenhado em abrir o mercado e reduzir o monopólio que a Petrobras detém na prática sobre o refino e, também, sobre o transporte. Ele disse que o Bento e o ministro da Economia, Paulo Guedes, vão tratar, ao longo da venda de refinarias e do transporte e distribuição de gás. “Queremos privatizar, e vai por partes. Você vê lá, vi por alto a margem de lucro de cada situação dessas, é mais ou menos o seguinte. O combustível custa X na refinaria e, na bomba, para o povo, custa 3X. É um absurdo”, criticou Bolsonaro.
Sem um amplo mercado concorrencial, ele considera que tem “muita gente” ganhando dinheiro “sem risco nenhum”. “Agora, dado que são monopólios que vêm de décadas, nós não podemos quebrar contratos. Nós vamos quebrando devagar esses monopólios usando a lei, pô, abrindo realmente o que nós pudermos abrir, a gente vai abrir. Essa é a intenção. Tem que haver concorrência o máximo possível para quebrar monopólio”, declarou.
Além de discutir a quebra do monopólio da Petrobras, o presidente sinalizou disposição em debater a contribuição que os impostos federais e o ICMS exercem sobre o preço final e, consequentemente, a margem de lucro na ponta. “Quanto custa o litro do combustível nas refinarias? Por que cai tudo no meu colo, parece que sou responsável por tudo? Querem que eu tabele. Não tem como tabelar. Nossa política não é essa. Políticas semelhantes no passado não deram certo. A nossa economia tá dando certo”, ponderou.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.