Economia

De carro voador a robô de companhia: feira de tecnologia aponta tendências

A indústria, das gigantes a startups, aproveita a concentração de especialistas, imprensa e concorrentes para desfilar protótipos que simplesmente podem nunca sair da prancheta ou lançamentos que estão prestes a chegar ao varejo

Correio Braziliense
postado em 10/01/2020 06:00
um drone sobre um homemSão Paulo — A Consumer Electronic Show (CES), uma das principais feiras de tecnologia do mundo, que termina nesta sexta-feira (10/1), em Las Vegas, é o maior termômetro das tendências não apenas de fabricantes de notebooks ou smartphones. A indústria — das gigantes a startups — aproveita a concentração de especialistas, imprensa e concorrentes para desfilar protótipos que simplesmente podem nunca sair da prancheta ou lançamentos que estão prestes a chegar ao varejo.

Mas não é apenas a tecnologia tradicional, com softwares e hardwares, que disputa a atenção no evento. Neste ano, Las Vegas contou com a apresentação de um lançamento da americana Impossible Foods, especializada em alimentos chamados de “carnes”, mas que na verdade levam ingredientes de origem vegetal em suas receitas. Os visitantes puderam ver e provar em primeira mão o Impossible pork, uma “carne de porco” que não tem nada de suíno.

Outra mudança na versão 2020 da CES foi a volta dos acessórios eróticos com tecnologia embutida, que foram banidos no ano passado pelos organizadores por infringir regra que proibia produtos classificados como “imorais, obscenos, indecentes e profanos”.

Com a flexibilização neste ano, algumas empresas levaram seus apetrechos para Las Vegas — foram aceitos apenas os que têm algum tipo de tecnologia embutida. Desenvolvido pela startup americana Lora DiCarlo, o Osé, um vibrador feminino inteligente voltou ao evento depois de ter sido premiado e ver o reconhecimento cassado em 2019 por causa do veto aos brinquedos sexuais. Para amenizar o espanto dos mais conservadores, essa categoria foi incluída na área de exposição voltada às inovações de bem-estar, como dispositivos de saúde.

Mas produtos como o Osé e a Impossible pork, apesar de terem causado alguma euforia entre os visitantes, estão longe de ser as tecnologias que devem mudar a vida dos usuários. A indústria vem se dedicando ao desenvolvimento de novos formatos de tela, as montadoras têm apostado na maior conectividade dos veículos e desenvolvedores tentam encontrar formas de avançar com o 5G e nas inovações voltadas à qualidade de vida das pessoas.

A área de bem-estar teve ainda a apresentação dos tênis criados pela E-novia. O modelo adapta a forma da sola ao tipo de caminhada do usuário. A adequação é feita por meio do aplicativo, no qual o tipo de trajeto é descrito. Microcompressores são acionados e mudam o formato da sola.

Roupa inteligente

A E-skin, do Japão, apresentou na CES uma roupa inteligente. Seus sensores permitem monitorar a saúde do usuário, levando em consideração dados como temperatura do corpo, respiração e batimento cardíaco. O público-alvo é formado principalmente por idosos, que podem acompanhar melhor qualquer variação.

A chinesa Lenovo fez barulho ao apresentar logo no dia inicial da CES o primeiro notebook de tela dobrável do mundo. O ThinkPad X1 Fold deve começar a ser vendido nos Estados Unidos ainda este ano e vai custar US$ 2,5 mil, cerca de R$ 10.200.

O display, quando o notebook está desdobrado, mede 13,3 polegadas. Quando o ThinkPad X1 Food é fechado, se assemelha a um caderno de anotações do tipo Moleskine. Outra característica é o teclado independente, que pode ser guardado no espaço disponível quando a tela é dobrada ao meio.

A tela também foi um dos protagonistas da Samsung durante a CES. A companhia apresentou a Sero. Trata-se de um modelo rotativo de televisão. O equipamento pode ficar na vertical, como um retrato, ou na diagonal, se o consumidor tiver hábitos incomuns na hora de assistir à sua série, por exemplo. A novidade deve chegar ao Brasil ainda neste ano. A fabricante não fala de preço.

Com 43 polegadas, a Sero é acoplada a um suporte com motor, que garante ao aparelho a possibilidade de girar tanto para a vertical quanto para a diagonal. O smartphone, ao ser conectado à TV pelo Bluetooth, se transforma em um controle remoto capaz de mudar a posição do equipamento. A sul-coreana acredita que a novidade tem a ver com os hábitos da geração millennial, que navega muito pelas redes sociais e que deseja assistir aos conteúdos na vertical. O modelo também pode atender aos moradores de pequenos espaços.

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