Economia

Bancos terão "milhagem"

Correio Braziliense
postado em 10/01/2020 04:13

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou ontem que os bancos poderão criar “programas de milhagem” para os clientes que comprovarem maior conhecimento sobre educação financeira. O programa está sendo desenvolvido com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e deverá ser lançado neste primeiro semestre.

A medida faz parte da chamada Agenda BC#, que visa estimular a competição no mercado bancário e a redução do custo de crédito. Os clientes teriam uma conta individual que serviria como certificação para obterem descontos e vantagens, a serem decididas pelos bancos.

Campos Neto avaliou que parte da inadimplência no mercado de crédito se deve à falta de educação financeira dos tomadores. Ele afirmou ainda que existem “boas condições” para a aprovação da autonomia do Banco Central ainda no primeiro trimestre deste ano.

O presidente do BC acrescentou que a inflação está “ancorada” a médio e longo prazos e credita isso a um período de “seriedade fiscal” marcado pelo governo. A autoridade monetária projeta para 2020 um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,8%, abaixo dos 4,1% previstos pelo mercado.

Ele evitou comentar as consequências do conflito entre Estados Unidos e Irã para o Brasil. “O BC não pode fazer previsões sobre conflitos. Temos que olhar os impactos sobre as variáveis econômicas. Houve um efeito sobre o preço do petróleo, que voltou para um patamar inferior ao que estava antes da crise entre os dois países”, limitou-se a dizer.


  • Reserva deve ficar pronta em março

    A criação de uma reserva para evitar que os preços dos combustíveis sofram consequências imediatas da instabilidade do mercado de petróleo foi discutida ontem entre o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Pacheco dos Guaranys, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. Segundo Albuquerque, o projeto a ser implementado pelo Poder Executivo deve envolver recursos dos royalties e participações especiais do petróleo para compensar os impactos que vierem a acontecer. Ele acredita que a medida ficará pronta até março.

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