Economia

Inflação encerra 2019 com alta acumulada em 4,31%, segundo IBGE

De acordo com o IBGE, as carnes também puxaram a alta do IPCA em dezembro, que ficou em 1,15%

Correio Braziliense
postado em 10/01/2020 12:03
Embora a inflação, pelo IPCA, tenha acelerado, a taxa ficou acima do centro meta de 4,25%A alta do custo de vida pesou mais no bolso dos mais pobres. A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação de famílias que ganham até cinco salários mínimos) encerrou 2019 com alta de acumulada em 4,48%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, até 40 mínimos) fechou o ano em 4,31%. Apenas em dezembro de 2019, o INPC variou 1,22%, o maior resultado para o mês desde 2002, quando registrou 2,70%. Já o IPCA, no mês, ficou em 1,15%, igualmente o mais salgado resultado mensal em 17 anos. Ambos os indicadores foram puxados pela alta do preço de carne, transportes e planos de saúde, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora a inflação, pelo IPCA, tenha acelerado, a taxa ficou acima do centro meta de 4,25%, mas dentro do limite de variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ou seja, a inflação poderia ficar entre 2,75% e 5,75%. Em 2018, o IPCA foi 3,75%. O grupo alimentos e bebidas, com incremento de 6,37% pesou no orçamento dos trabalhadores. A alta, informou o IBGE, foi puxada pelas carnes, cujos preços dispararam no mercado interno, em consequência do aumento das exportações para a China e da desvalorização do real.

“O destaque ficou com as carnes, cuja variação acumulada no ano foi de 32,40%, com a maior parte do aumento nos preços concentrada no último bimestre (27,61%). Pesou também a alta nos planos de saúde (8,24%), por conta do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A alimentação fora do domicílio também influenciou o índice, em função do aumento das carnes”, disse o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. Dos nove grupos de despesa pesquisados, apenas artigos de residência baixou de preço (-0,36%) em 2019. Os demais tiveram alta: alimentação e bebidas (6,37%), habitação (3,9%), vestuário (0,74%), transportes (3,57%), saúde e cuidados pessoais (5,41%), despesas pessoais (4,67%), educação (4,75%) e comunicação (1,07%).

Entre as regiões metropolitanas e capitais pesquisadas, Belém teve a maior inflação em 2019 (5,51%), também devido à alta no preço das carnes, seguida de Fortaleza (5,01%), Campo Grande (4,65%), São Paulo (4,60%) e Goiânia (4,37%), todas acima da média nacional. Vitória teve a menor taxa de inflação (3,29%), influenciada pela queda na energia elétrica. Os outros menores índices foram registrados no Recife (3,71%), em Brasília (3,76%), Rio Branco (3,82%) e Salvador (3,93%).

O pior dezembro desde 2002

De acordo com o IBGE, as carnes também puxaram a alta do IPCA em dezembro, que ficou em 1,15%, acima dos 0,51% de novembro. Segundo Kislanov, foi o maior resultado para o mês, desde 2002, quando a inflação foi 2,10%. “Outras altas foram observadas no mês, com destaque para os combustíveis (3,57%) e as passagens áreas, que subiram de 4,35% em novembro para 15,62% em dezembro. Os jogos de azar (12,88%) também impactaram a inflação de dezembro, em função do reajuste nos preços das apostas, vigente desde novembro”, disse. O INPC também registrou o maior resultado para o mês (1,22%) desde 2002, quando ficou em 2,70%. E no ano, a alta de 4,48% superou a taxa de 3,43% de 2018.

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