Correio Braziliense
postado em 15/01/2020 04:42
São Paulo — Mercado financeiro, seguros, tecnologia, engenharia, recursos humanos, marketing e jurídico. Quem trabalha em alguma destas sete áreas terá mais chance de encontrar um bom emprego — e um ótimo salário — neste ano, segundo o Guia Salarial da Robert Half 2020, elaborado pela consultoria global de carreiras.
As oportunidades de emprego no mercado brasileiro serão puxadas, principalmente, pelo esperado reaquecimento da economia e o crescimento do consumo, com destaque para a alta da construção civil e produção industrial. De acordo com especialistas, muitas empresas terão de desengavetar projetos de expansão e lançar produtos, movimento que vai demandar a contratação de novos funcionários.
On-line
Nesse contexto, o potencial maior estará no campo da chamada transformação digital, que é um reposicionamento das empresas para os negócios digitais, serviços por sites e aplicativos. “A expansão das oportunidades de negócios em locais de trabalho cada vez mais abertos para a tecnologia exige treinamento e orientação, além da capacidade de atrair e reter os melhores talentos disponíveis”, afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half no Brasil. “O sentimento dos executivos c-level é otimista, mas atributos como agilidade comercial, capacidade tecnológica e planejamento futuro permanecem vitais para o crescimento contínuo dos negócios.”
O potencial de vagas qualificadas em 2020 não se limita aos projetos de grandes empresas e de multinacionais. Um estudo da Fecomércio-SP aponta que as micro e pequenas empresas, muitas delas startups, devem brilhar neste ano na geração de oportunidades.
“Quem vai procurar emprego no ano que vem deve ter um olhar carinhoso para as micro e pequenas empresas. Nesse caso, demonstre vontade, olho no olho, bata perna para procurar essas vagas. Essas são as principais características em termos de geração de emprego”, diz o economista da entidade, Jaime Vasconcellos. O especialista estima um aumento de 1,1% a 2,5% no mercado de trabalho em decorrência de um dinamismo maior na economia.
Recuperação gradual
O mercado de trabalho, embora ainda em ritmo discreto, vem se recuperando nos últimos meses. A taxa de desemprego fechou em 11,2% no trimestre encerrado em novembro (último dado disponível), caindo tanto em comparação com o trimestre anterior, quando a taxa registrada foi de 11,8%, quanto em relação ao mesmo trimestre de 2018 (11,6%).
O recuo no desemprego foi acompanhado, mais uma vez, pelo aumento das vagas sem carteira de trabalho assinada, que bateram recorde, um dos desafios para o mercado de trabalho em 2020. A população desocupada, de 11,9 milhões de pessoas, também caiu em ambas as comparações: -5,6% (ou 702 mil pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior e -2,5% (300 mil pessoas a menos) em relação ao mesmo trimestre de 2018.
Esse nível de desocupação é o mais baixo desde o trimestre encerrado em maio de 2016 (quando também bateu 11,2%). Para trimestres encerrados em novembro, é o menor desde 2015, quando a taxa ficou em 9%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).
O que a empresa faz
Para Alexandre Slivnik, especialista em recursos humanos, diretor da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e especialista em excelência em atendimento pela Universidade de Harvard, para ter mais chance de alcançar uma posição melhor no trabalho em 2020 é importante ter um bom entendimento dos objetivos da organização em que atua.
"Além do relacionamento com a equipe e os líderes, é preciso ajudar a empresa a prosperar de todas as maneiras, seja ajudando os colegas em processos mais difíceis, sugerindo mudanças que podem ser positivas e realmente ter ações que se conectem com o propósito da empresa”, garante o diretor da ABTD.
Entre as vagas que exigem menos qualificação, as boas perspectivas se concentram no comércio, que entrou o ano embalado pelos bons resultados de 2019. As vagas temporárias abertas no comércio por causa das datas comemorativas de fim de ano contribuíram para a queda de 0,7 ponto percentual na taxa de desocupação. Foi a maior redução da série histórica, junto com a do trimestre encerrado em agosto de 2017.
“Ficamos dois anos, em 2015 e 2016, sem ter a sazonalidade já que não havia geração de postos suficientes para atender à demanda por trabalho”, diz a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy. “O comércio demostrou movimento positivo no trimestre fechado em novembro, o que consideramos estar relacionado às datas comemorativas como Black Friday e a antecipação de compras de final de ano.”
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