Economia

EUA e China assinam acordo comercial histórico

Segundo Donald Trump, a China se comprometeu a aumentar as importações de produtos americanos

O presidente americano, Donald Trump, e o vice-premiê da China, Liu He, assinaram nesta quarta-feira (15/1), em uma cerimônia na Casa Branca no início da tarde, a primeira fase do acordo comercial esperado pelos mercados internacionais há meses.  

Segundo Trump, a China se comprometeu a aumentar as importações de produtos americanos. “Eles entendem que é preciso haver uma certa reciprocidade na relação comercial”, disse. 

China - O compromisso chinês prevê incremento de cerca de US$ 200 bilhões adicionais em importações de produtos americanos, sendo US$ 75 bilhões em produtos manufaturados em dois anos. Deve have, ainda, aumento das compras de produtos agrícolas americanos em valores estimados entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões, no mesmo período. Os chineses também se comprometeram a aumentar a segurança com relação ás tecnologias. 

Estados Unidos - Por outro lado, o governo americano se comprometeu a reduzir as tarifas impostas às importações de produtos chineses, mas prometeram adotar punições extras, caso os chineses descumpram o acordo. Detalhes do acordo ainda não foram divulgados. 

Trump disse que espera concluir o acordo já na segunda fase, cuja data ainda não foi divulgada, sem precisar de uma terceira rodada de negociação, conforme previsto anteriormente.

Os Estados Unidos começaram a aumentar as tarifas de importações dos produtos chineses em 2018. Em retaliação, os chineses desvalorizaram a moeda chinesa, o que deu início a uma guerra comercial que escalou a imposição de tarifas de comércio. Os Estados Unidos chegaram a impor tarifas que afetaram US$ 360 bilhões em importações de produtos chineses.

A disputa comercial afetou bolsa de valores e cotação da moeda americana em vários mercados, durante meses. Analistas avaliam que a disputa entre os dois países ganhou contorno comerciais mas encobre, na realidade, uma forte disputa geopolítica que envolve, principalmente, o domínio dos mercados com relação a tecnologias, como o 5G.

Em dezembro, os Estados Unidos reduziram de 15% para 7,5% as sobretaxas impostas sobre US$ 110 bilhões em importações chinesas e anunciaram que iriam começar a negociar um acordo com os chineses, o que acalmou os mercados mundiais. Seguem aplicadas, porém, tarifas americanas de 25% sobre US$ 250 bilhões em compras de produtos chineses para o mercado americano. 

Com eleições marcadas para este ano, quando tenta a reeleição, Trump vinha sendo pressionado pelo setor rural, que cobrava solução para as retaliações impostas pelos chineses nos embarques americanos de produtos agrícolas, cujas exportações caíram pela metade.