Correio Braziliense
postado em 16/01/2020 19:04
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), voltou ao patamar positivo após a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Os números vieram como num alívio na contramão dos dados econômicos divulgados até o momento. O índice chegou a operar em negativo com realização de lucros e queda de ações da Petrobras e Vale, mas recuperou perdas, terminando com alta de 0,25% a 116.704 pontos. O dólar comercial também registrou alta com dados positivos dos Estados Unidos, que sugerem um crescimento mais forte da economia americana. O Índice Philadelphia de condições de negócios subiu para 17 pontos em janeiro, acima das expectativas de 3,8. Já as vendas do varejo de dezembro subiram 0,3%, em linha com o previsto. Com a aversão ao risco, a moeda norte-americana terminou com alta de 0,14%, cotada R$ 4,19 e os investidores já começam a se perguntar sobre um novo leilão do Banco Central.
“Tivemos mais cedo o IBC-Br acima do esperado, mas não foi suficiente para sustentar tanto a Bolsa, que realizou lucros, como o dólar que bateu a alta deste ano. As vendas do varejo trouxeram cautela e geram uma preocupação sobre a velocidade da retomada econômica, além de aumentar a probabilidade de um corte de juros”, destaca o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer.
Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br mede o crescimento da economia brasileira a cada mês. Em novembro de 2019, o índice subiu 0,18% na comparação mensal com ajuste sazonal, acima do esperado por analistas. Já na comparação com novembro de 2018, apresentou crescimento de 1,10%, ante expectativa de alta de 0,90%.
O economista da BlueMetrix Ativos, Renan Silva, destaca que o mercado ainda precifica dados do varejo divulgados na quarta-feira que subiram 0,6%, abaixo do esperado, e os efeitos da assinatura da primeira fase do acordo comercial entre Estados Unidos e China. Com o país asiático se comprometendo em aumentar a compra de produtos agrícolas americanos incluindo soja, milho, carnes e algodão, o Brasil pode perder exportações.
“Ainda estamos sob os efeitos das vendas do varejo que foram decepcionantes e do acordo comercial, onde alguns analistas entendem que não foi tão benéfico para economias emergentes. A medida que a China tem obrigação com as mercadorias dos EUA ficamos em segundo plano, inclusive nas commodities, carro chefe das exportações brasileiras”, avalia o analista, que define a queda ao longo do pregão a realização de lucros. “Os investidores ainda tem insegurança sobre a velocidade da recuperação econômica, mas é realmente um ajuste técnico, temos continuidade do otimismo de crescimento ao longo de 2020”, acrescenta.
O sócio e head de produtos da Monte Bravo Investimentos, Rodrigo Franchini, destaca que são necessários dados mais concretos de fortalecimento da economia para voltar a atrair o investidor estrangeiro. “Ainda temos um ambiente de cautela diante da eventual sequência do ano de 2019. Precisamos de outros indicadores maiores e mais substanciais que demonstrem crescimento, mais economia real e menos especulativa”, avalia.
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