Economia

Inteligência artificial será comum em 2030

Correio Braziliense
postado em 21/01/2020 04:08
Wagner Arnaut, da IBM, alerta  para a falta de profissionais   qualificados no mercado brasileiro

Wagner Arnaut, CTO de IBM Cloud da IBM Brasil, é uma espécie de futurólogo em sua área de atuação. Faz parte das suas atribuições pensar em quais serão as principais demandas nos próximos anos. Para os próximos dez anos, o especialista aponta para cinco grandes tendências.

Segundo Arnaut, a tecnologia será cada vez mais democratizada. Se hoje se fala de inteligência artificial (AI) e blockchain como ferramentas disponíveis para grandes corporações, nos próximos anos, esses recursos, assim como o uso da nuvem (ou cloud para armazenamento de dados), passarão a ser usados por pequenos negócios, como padarias e mercadinhos, mas já com novas tecnologias de segurança.

Na próxima década, diz o executivo da IBM, a AI aplicada será vista nos mais diversos segmentos de mercado. “Seu uso será ampliado para praticamente todas as profissões, fará parte do dia a dia. Será a vez dos veículos autônomos, por exemplo, e de vermos os produtores rurais utilizando inovações para avaliar a qualidade do solo por meio do celular. Todo profissional vai ter de estar preparado para usar a AI aplicada na sua profissão, no seu contexto de negócio”.

Assim como alerta a ONU no documento “Transformando o Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, Arnaut lembra que haverá grandes desafios nas próximas décadas, especialmente na área de produção de alimentos — em decorrência das mudanças climáticas e do aumento populacional.

"Como ser mais eficiente? Uma das formas é evitar o desperdício. De 30% a 40% dos alimentos são desperdiçados antes de chegar à mesa da população no mundo. A tecnologia de blockchain vai ajudar a rastrear a cadeia, desde a colheita, passando pela distribuição, o beneficiamento até chegar à mesa do consumidor”, explica.

Mesmo quem não gosta de tecnologia deve se preparar para o que Arnaut chama de “explosão de dispositivos conectados". Haverá uma proliferação do que se vê hoje, como sensores inteligentes dentro de casa, nos carros, nas empresas e nas ruas. O desafio estará em agregar diferentes fontes de informação.

A segurança é outro capítulo importante quando se fala em inovação para a próxima década. Ela será cada vez mais demandada por conta da quantidade de dispositivos. Afinal, como garantir a proteção de dados e evitar grandes desastres?

Todos esses aspectos passam pelo custo. Segundo o executivo da IBM, o período inicial de adoção de novas tecnologias tem um custo maior, mas com o tempo elas ajudam a ganhar competitividade e, em cenários mais maduros, proporcionam a redução de custo.

Nessa corrida para a próxima década, o Brasil deverá sofrer com a falta de mão de obra especializada. "Grandes empresas brasileiras estão no nível de maturidade comparável ao de suas concorrentes no mundo. Mas elas estão chegando no limiar com falta de profissionais qualificados”, adverte Arnaut. (P.P.)


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