A situação financeira das indústrias brasileiras melhorou em 2019 e, apesar da volatilidade financeira, a disposição do setor para investir é a maior em seis anos. Os dados constam da pesquisa Sondagem Industrial divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de intenção de investimento subiu 1,1 ponto na comparação com dezembro e atingiu 59,2 pontos em janeiro. Foi o quarto aumento consecutivo do indicador, que alcançou o maior nível desde fevereiro de 2014, segundo o economista da CNI Marcelo Azevedo. O indicador varia de zero a 100 pontos. Quanto mais alto, maior é a disposição para os investimentos.
Azevedo analisou os dados do trimestre terminado em dezembro e destacou a recuperação financeira das empresas. O índice de satisfação com a margem de lucro subiu para 45,8 pontos. Está 4,1 pontos acima da média e é o maior desde o primeiro trimestre de 2011. “Dezembro mostra uma utilização de capacidade instalada (UCI) maior que a do ano passado e muito acima da média dos anos anteriores”, disse. “Estamos iniciando o ano com atividade mais forte. Está melhor do que os últimos anos.”
A melhora na expectativa, contudo, ainda não se reflete em mais empregos industriais. “No fim de cada ano, costuma haver queda no emprego. Apesar dessa redução, no fim de 2019, ter sido mais branda, o mercado de trabalho industrial ainda não reagiu”, destacou.
A UCI indústria nacional está 70%, ou seja, ainda há ociosidade, por isso a recuperação não chegou ao emprego. “A indústria nunca usa 100%. Quando chega a um certo patamar, precisa investir e contratar. Mas esse ponto é diferente para cada setor. Alguns segmentos precisam trabalhar com menos, porque o tempo de maturação é longo”, disse Azevedo.
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