Economia

PEC Emergencial deve valer para os estados, defendem secretários da Fazenda

A proposta do Comitê dos Secretários da Fazenda dos Estados deve ser analisada pelos governadores antes de ser apresentada formalmente ao Congresso

Os estados brasileiros querem aderir aos gatilhos de contenção de gastos da PEC Emergencial, como o que suspende as promoções do funcionalismo público em caso de crise fiscal. Por isso, prometem apresentar uma sugestão de emenda a essa proposta de emenda à Constituição (PEC), que foi apresentada pelo governo federal dentro do pacote pós-Previdência e será analisada pelo Congresso neste primeiro semestre.

Presidente do Comitê dos Secretários da Fazenda dos Estados (Comsefaz), Rafael Fonteles explicou que o texto que está no Congresso determina que os gatilhos de ajuste fiscal são obrigatórios para a União, mas opcionais para os estados. A ideia é, então, estender a obrigatoriedade da maior parte desses gatilhos aos entes federativos, para evitar novas crises como a do Rio de Janeiro. "Por ampla maioria, se optou por colocar o 'deverá' e não o 'poderá' para os estados. O gatilho deve valer para todos", afirmou Fonteles, após reunião do Comsefaz realizada em Brasília nesta terça-feira (28/1).

Ele afirmou, contudo, que, para isso, os estados também vão sugerir outros ajustes à PEC Emergencial. A proposta é que esses gatilhos não sejam acionados todos de uma vez, mas de forma gradual, de acordo com o crescimento das despesas correntes dos estados. 

Além disso, os estados não querem essa obrigatoriedade para o gatilho mais polêmico da PEC Emergencial: a redução da carga horária dos servidores públicos. "Esse ponto continua com o 'poderá'. Não vamos fazer emenda a esse artigo. E dificilmente os estados vão aderir a essa medida para reduzir horário de professor, policial, porque as demandas de saúde, educação e segurança são cada vez mais elevadas", justificou o presidente do Comsefaz.

Fonteles esclareceu, então, que o intuito da emenda é tentar diminuir o impacto futuro de aumento, promoção e progressão do funcionalismo público, quando o estado atinge certos limites de indicadores fiscais.

A proposta, anunciada ao fim de uma reunião dos secretários estaduais da Fazenda, porém, ainda será formulada de forma oficial pela área técnica do Comsefaz. A proposta também deve ser analisada pelos governadores antes de ser apresentada formalmente ao Congresso.