Economia

Com a chuva, feira fica mais cara

Correio Braziliense
postado em 29/01/2020 04:05
Marta Lúcia se assustou com os preços: %u201CInflação disparada%u201D

As fortes chuvas que atingiram Minas Gerais e Espírito Santo nos últimos dias elevaram os preços de produtos como frutas, verduras, legumes e derivados de leite, tanto naqueles estados quanto em outros locais, como o Distrito Federal. Além de prejudicar as plantações, o período chuvoso dificulta o transporte e a distribuição das mercadorias. E não são apenas os consumidores que reclamam. Com a alta dos valores no atacado, muitos comerciantes se queixam da diminuição das margens de lucro.


Na Ceasa-DF, o quilo do alho, por exemplo, custa atualmente R$ 16, cerca de R$ 1 a mais do preço pelo qual era vendido no último dia 17. Naquela mesma data, no Espírito Santo, o mesmo produto podia ser comprado por R$ 14,75, mas, agora, sai por R$ 15,56. O chuchu, que chegou a custar R$ 0,90 em Brasília, agora é encontrado por R$ 3.


O tomate também teve uma considerável elevação na capital federal: o quilo saltou de R$ 2,75, no dia 24, para R$ 5, atualmente. Os mineiros já compraram o mesmo item por R$ 1,36, mas, hoje, precisam pagar R$ 4,25 no atacado. A banana-prata, uma das frutas mais consumidas das casas dos brasileiros, subiu, na Ceasa-DF, de R$ 2,75, no último dia 10, para R$ 3,50.


Moradora do Sudoeste, a advogada Gleuciele Gouveia, 27 anos, diz ter percebido um aumento nos preços de todas as verduras, os legumes e as frutas. O tomate, para ela, foi o que mais disparou. “Acabo comprando menos e pagando mais caro. Além disso, às vezes, preciso excluir alguns itens, mas não todos, pois, como tenho uma filha pequena, não posso deixar de comprar. O jeito é encarar esses preços abusivos”, reclamou.


Marta Lúcia Campos Furtado, 46, disse que levou um susto ao ver os preços ao voltar das férias, na última segunda-feira. “A batata, em especial, está cara demais”, frisou a jornalista, que pagou R$ 4,99 pelo quilo do alimento. “Eu queria ter uma alimentação melhor, mas fica difícil com essa inflação disparada”, declarou.


Proprietária de uma loja que revende frutas, verduras, legumes e temperos na Feira Permanente do Cruzeiro, Cleide Meireles, 41, contou que está pagando mais aos produtores rurais. “Meus clientes vêm reclamando bastante dos preços. É ruim, porque eles não compram muito. Então, quando puder cobrar menos, vou ter uma clientela maior”, disse a comerciante.


Márcia Neves Barbosa, 52, formada em gestão pública, relatou que, há tempos, não consegue fazer um bobó de camarão, seu prato predileto, por causa da elevação dos preços de ingredientes, como tomate e pimentão. Ela também diminuiu o consumo de queijo para poder levar para casa itens mais necessários. “Eu comprava a peça inteira, mas, como agora está cara, levo somente a metade e, às vezes, nem isso.”

*Estagiários sob supervisão de Odail Figueiredo

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