Ainda assim, a entidade vê riscos relevantes no horizonte, como a intensificação dos conflitos sociais na região e maior incerteza na política econômica. Segundo o diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, o baixo crescimento baixo da América Latina e Caribe em 2019 ocorreu devido a pequeno nível de investimentos, preços bem comportados de commodities e incertezas na gestão de políticas econômicas pela região.
Para o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Ellery, não é nenhuma surpresa que a região tem problemas sérios em países importantes. “Brasil, Argentina, México, que são as principais economias, não estão puxando o crescimento. Venezuela atrapalha. O Chile, mesmo com desempenho melhor, está em crise”, explicou.
Em relação ao Brasil, segundo o economista, a notícia é boa. “O que está prevendo é um começo de recuperação, nada impactante. Mas o país sai de crescimentos de 1% para acima de 2%. A estimativa de crescimento para a região está muito relacionada à retomada do Brasil, que tem um efeito na média”, avaliou.
PIB per capita
Como resultado de seis anos de baixo crescimento, o PIB per capita da região teve uma queda média anual de 0,6% entre 2014 e 2019, contrastando fortemente com o aumento médio de 2% entre 2000 e 2013, apontou o FMI. No ano passado, o PIB per capita América Latina e Caribe foi estimado em US$ 8.251. Em 2013, havia ficado em US$ 10.129.
No Brasil, os dados do fundo mostram que, após atingir um pico de US$ 13.295 em 2011 (valor em dólares correntes) o PIB per capita registrou queda em todos os anos seguintes, com exceção de 2017. Para 2019, o fundo estima um PIB per capita de US$ 8.796, queda de 1,8% frente aos US$ 8.958 do ano anterior.