Economia

Economia da América Latina ficou estagnada em 2019, diz FMI

Relatório do Fundo Monetário Internacional aponta que há desafios para impulsionar o crescimento da região. O fundo projeta que PIB do Brasil vai avançar 2,2% este ano

Correio Braziliense
postado em 29/01/2020 16:54
A entidade vê riscos relevantes no horizonte, como a intensificação dos conflitos sociais na região e maior incerteza na política econômicaA atividade econômica na América Latina e no Caribe ficou estagnada em 2019, tornando mais desafiadora a retomada do crescimento da região, afirmou nesta quarta-feira (29/1) o Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu relatório sobre as perspectivas econômicas para a área. Para o Brasil, o fundo projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar 2,2% neste ano e 2,3% em 2021. Na região, as expansões estimadas são de 1,6% e 2,3%, respectivamente.

Ainda assim, a entidade vê riscos relevantes no horizonte, como a intensificação dos conflitos sociais na região e maior incerteza na política econômica. Segundo o diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, o baixo crescimento baixo da América Latina e Caribe em 2019 ocorreu devido a pequeno nível de investimentos, preços bem comportados de commodities e incertezas na gestão de políticas econômicas pela região. 

Para o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Ellery, não é nenhuma surpresa que a região tem problemas sérios em países importantes. “Brasil, Argentina, México, que são as principais economias, não estão puxando o crescimento. Venezuela atrapalha. O Chile, mesmo com desempenho melhor, está em crise”, explicou.

Em relação ao Brasil, segundo o economista, a notícia é boa. “O que está prevendo é um começo de recuperação, nada impactante. Mas o país sai de crescimentos de 1% para acima de 2%. A estimativa de crescimento para a região está muito relacionada à retomada do Brasil, que tem um efeito na média”, avaliou.
 
PIB per capita

Como resultado de seis anos de baixo crescimento, o PIB per capita da região teve uma queda média anual de 0,6% entre 2014 e 2019, contrastando fortemente com o aumento médio de 2% entre 2000 e 2013, apontou o FMI. No ano passado, o PIB per capita América Latina e Caribe foi estimado em US$ 8.251. Em 2013, havia ficado em US$ 10.129.

No Brasil, os dados do fundo mostram que, após atingir um pico de US$ 13.295 em 2011 (valor em dólares correntes) o PIB per capita registrou queda em todos os anos seguintes, com exceção de 2017. Para 2019, o fundo estima um PIB per capita de US$ 8.796, queda de 1,8% frente aos US$ 8.958 do ano anterior.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags