Economia

Aperto de cintos para salvar a Cassi

Mesmo com aporte de R$ 1 bilhão do Banco do Brasil, aprovado no fim do ano passado, entidade responsável pelos planos de saúde dos funcionários da instituição financeira terá que cortar R$ 1,2 bilhão em despesas até 2023 para tirar as contas do vermelho

Correio Braziliense
postado em 30/01/2020 04:05
Socorro do BB não foi o bastante para colocar em pé a operadora de convênios médicos, que acumula deficits e está sob intervenção da ANS

A Cassi, responsável pelos planos de saúde dos empregados do Banco do Brasil, terá que cortar R$ 1,2 bilhão em custos até 2023, segundo mensagem enviada aos associados pelo presidente da operadora, Dênis Corrêa. Ele deixou claro, na mensagem, que, mesmo com o aporte de R$ 999,9 milhões recebido do banco, a situação financeira da Cassi está longe de ser resolvida. A operadora vem operando com deficits por um longo período.

“Seguiremos na busca incessante pela eficiência operacional (compromisso de reduzir despesar assistenciais da ordem de R$ 1,2 bilhão até 2023), de forma responsável e cientes do compromisso em oferecer atenção integral à saúde”, afirmou Corrêa. Ele ressalta ainda que, com as mudanças no estatuto aprovadas em novembro do ano passado, será possível tocar um plano de saneamento robusto, que atenda a todas as exigências impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Cassi está sob direção fiscal da agência.

“Temos a certeza de que juntos estamos construindo a Cassi sustentável e eficiente de que precisamos”, disse o presidente da operadora. Além do aporte de praticamente R$ 1 bilhão feito pelo Banco do Brasil, os associados da Cassi também terão que realizar contribuições extras.

Socorro

Antes do socorro dado pelo Banco do Brasil, a Cassi estava prestes a fechar as portas. Se o novo estatuto não fosse aprovado, ou a operadora seria liquidada pela ANS ou a carteira de clientes seria vendida para outras empresas. Havia muito interesse da Bradesco Seguros.

Uma parte dos funcionários foi contra o novo estatuto e chegou a questionar o resultado das votações. Mas o Banco do Brasil e a direção da Cassi seguiram adiante e homologaram o resultado. Agora, ressaltam integrantes da operadora e do BB, é fazer valer o esforço.

A estimativa dos técnicos é de que, com o aporte feito pelo Banco do Brasil, a Cassi conseguirá se manter de pé por dois ou três anos. O BB já avisou que não colocará mais nenhum centavo na operadora além do acordado. Isso, inclusive, está previsto na Lei das Estatais.


"Seguiremos na busca incessante pela eficiência operacional, de forma responsável e cientes do compromisso em oferecer atenção integral à saúde”
Dênis Corrêa, presidente da Cassi


Contribuição maior por dependentes
Em novembro do ano passado, os associados da Cassi aprovaram um novo estatuto para a entidade, condição para que o BB realizasse um aporte de R$ 1 bilhão, como parte de um programa amplo de reestruturação da operadora. Foram necessárias três tentativas para que a direção e os associados chegassem a um acordo. A operadora é a maior do ramo de autogestão. Atende a cerca de 670 mil pessoas. Pelo que foi aprovado, estão mantidos os percentuais de contribuição dos funcionários (4% do salário) e do BB (4,5%), mas foi introduzida a cobrança por dependentes: mais 1% de contribuição para quem tem um dependente, 0,5% para o segundo e 0,25% a partir do terceiro dependente, limitando a contribuição total do funcionário a 7,5% do seu salário. O BB também contribuirá para o pagamento dos dependentes.




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