Economia

Vai comprar um carro? Especialistas ajudam a escolher o melhor caminho

Para não cair em um mau negócio, prestar atenção nos detalhes e usar serviços especializados pode ajudar

Correio Braziliense
postado em 31/01/2020 14:53
Pátio da concessionária Saga, próximo ao ParkShopping, na Estrada Parque Indústria e Abastecimento - EPIA, lotado de carros.Pesquisa encomendada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostrou que 88% dos entrevistados pretendem trocar de carro este ano. Mas como escolher o modelo certo? O melhor é um novo ou usado? Quais são as melhores formas de pagamento? Nem sempre essas são decisões fáceis. 

A escolha entre um carro zero quilômetro ou um já rodado é a primeira que vem à cabeça de quem está na busca. Dos entrevistados que querem um carro novo na garagem, 80% decidiram que irão buscar um carro usado. O menor preço atrai, mas segundo o professor de engenharia automotiva da Universidade de Brasília (UnB), Alessandro Borges, outras questões também devem pesar na hora de decidir. 

“Comprar um carro usado de 1, 2 ou 3 anos, pouco rodado, com 60 ou 70 mil quilômetros, a um preço menor, em bom estado, é possível. Mas não tem garantia e pode haver a necessidade de pagar algumas vistorias, por exemplo”, comentou. 

No caso dos outros 20% que optaram por um carro que ainda não rodou, é bom se lembrar que alguns extras são somados no valor. “A depreciação de um carro zero, é de 20% a 30%, assim que ele sai da concessionária. Mas o carro irá contar com uma garantia, vai ter mais tempo de uso e, no início, não vai gerar gastos com manutenção”, explica o professor Alessandro.

O valor um pouco mais alto para quem decidir comprar um carro direto da concessionária pode ser aliviado com as diversas formas de financiamento oferecidas. Atualmente, cada concessionária conta com os tipos de financiamento que melhor as atende. Sthefanny Hevilyn, da Capital Automóveis, explica: “Aqui o principal financiamento é o CDC, que é baseado no score do cliente no banco, mas também temos uma empresa parceira de consórcio. O consumidor tem que escolher o melhor para ele”.

Tipos mais usados de financiamento:

CDC: No crédito direto ao consumidor (CDC), pode se realizar um empréstimo em um banco para comprar o carro. Após comprado, o veículo deve ficar na posse do comprador e não pode ser negociado até que as prestações sejam pagas. Esse tipo de financiamento não envolve a concessionária, ou antigo dono do veículo, e deve ser adicionado ao valor total do carro, taxas de juros do empréstimo a serem pagas no final. 

Consórcio: A organização de um consórcio se baseia em um grupo de pessoas interessadas a comprar um veículo, quando todos os participantes pagam a parcela, alguém é sorteado e recebe o premio para efetuar sua compra.

Diferente de qualquer empréstimo, as prestações sofrem alterações, no decorrer do pagamento, de acordo com a variação do preço do automóvel que será adquirido. Se o preço aumenta, a parcela sobe; se o preço do automóvel diminui, ocorrerá redução. É cobrada também uma taxa para a administração mensal que varia de acordo com a empresa administradora.

Leasing: Quem compra o carro aqui é a chamada empresa de leasing, que irá "alugar" o veículo para o consumidor. Dessa forma, cada parcela do aluguel, vai pagar o valor do carro, que fica no nome da empresa de leasing até o término das prestações.  

Os que preferem comprar um carro de segunda mão por um preço mais barato devem ficar atentos a alguns detalhes ou buscar ajuda profissional. Conhecer o histórico do carro e ter ajuda profissional são algumas dicas do professor Alessandro Borges para achar o carro usado ideal. 

“Conhecer a origem do carro geralmente é a melhor coisa. O carro de um vizinho ou de um amigo, que você provavelmente vai saber se houve batidas ou problemas mais graves”, contou. Mas para quem não tiver a sorte de poder confiar no vendedor do carro, a apuração de um especialista no assunto pode ser fundamental para melhor escolha, “Levar para uma inspeção, pedir para profissionais olharem acaba evitando muitos problemas. Existem hoje empresas especializadas nesse tipo de serviço. Oficinas que por exemplo cuidam de todo processo de verificação do carro”, reforça. 

Ajuda profissional

Para fugir de maus negócios na hora de comprar o carro usado, vão valem recomendações como andar no veículo, olhar a lataria para reparar amassados e arranhões aparentes, checar a qualidade dos pneus e do interior.

“Às vezes, o carro está todo certo por fora, mas tem vícios ocultos, como som estranho, arranhões. Não é todo mundo que vê”, explica Ricardo Moreira, dono da Batcar, empresa que trabalha com o intermédio de quem quer vender ou comprar carros semi-novos. “Tem que ficar a atento às fraudes. Você não vai comprar o carro de um desconhecido em qualquer lugar, precisa ter um lugar seguro, olhar a documentação anterior. Ver se o carro não foi recuperado de nenhum leilão ou seguradora.”

O serviço prestado por esse tipo de empresa, busca as condições mais segura para, quem não for experiente no assunto ou entender muito de carro, consiga comprar um bom veículo usado. “A intermediação que existe nesse tipo de negócio é um facilitador. O carro passa por uma vistoria, tem a documentação anterior analisada e depois de tudo OK, o carro pode entrar no catálogo para alguém escolher, entrar em contato e comprar”.
 
* Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader

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