Correio Braziliense
postado em 05/02/2020 04:24
A recuperação dos mercados na China elevou a confiança dos investidores. Depois de cair mais de 7% na segunda-feira, depois de um longo recesso provocado pelo surto de coronavírus, a bolsa de valores de Xangai encerrou o pregão estável, ontem. Acompanhando o movimento, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), registrou alta de 0,81%, fechando a 115.557 pontos.
O governo chinês fez uma injeção de US$ 71,2 bilhões no sistema financeiro, na tentativa de estimular a economia e estabilizar as expectativas do mercado financeiro. Os efeitos do coronavírus, porém, seguem no radar dos investidores. “As bolsas globais operaram no positivo, fruto dos estímulos de liquidez, que foram bem-recebidos pelo mercado. Contudo, o coronavírus ainda é um risco”, avaliou Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
Segundo ele, a fraqueza dos dados domésticos — como a queda da produção industrial em 2019 — não freou o otimismo vindo de fora, pelo contrário. De acordo com Arbetman, o mercado já precifica com mais de 80% a possibilidade de que o Banco Central (BC) promova um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. “Com o setor de indústria fraco, o BC deve continuar estimulando a economia nacional, que precisa de dados mais concretos de recuperação”, disse.
A possibilidade de redução adicional da Selic reforçou ainda a alta do dólar, que já vinha em tendência de elevação devido ao cenário ainda cauteloso na economia global. A moeda norte-americana registrou alta de 0,19% e terminou o dia cotada a R$ 4,26. Segundo o economista Alejandro Ortiz, da Guide Investimentos, caso não haja redução da Selic, o dólar pode voltar ao patamar de R$ 4,15 ainda hoje. “Como mercado espera um corte, o câmbio acaba pressionado, reduzindo a demanda pela moeda local. Se não vier o corte, o real vai se valorizar”, destacou.
*Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo
0,81%
Alta do Ibovespa, ontem, na Bolsa de Valores de São Paulo
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