Economia

Copom reduz taxa básica de juros para 4,25%; corte da Selic foi de 0,25%

Redução foi aprovada por unanimidade pelos membros do Copom e já era esperado pelo mercado financeiro

Correio Braziliense
postado em 05/02/2020 18:50
ilustração de um homem segurando uma porcentagemA primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) terminou nesta quarta-feira (5/2) com um novo corte na taxa básica de juros (Selic). Com isso, a Selic passou de 4,5% para a nova mínima histórica de 4,25% ao ano. 

O corte de 0,25% foi aprovado por unanimidade pelos membros do Copom e já era esperado pelo mercado financeiro. Afinal, explicam os analistas, a inflação prevista para este ano está abaixo do centro da meta, que é de 4%, e a economia brasileira ainda se recupera de forma lenta. Nesta semana, por exemplo, o Boletim Focus reduziu a projeção da inflação de 3,47% para 3,4%. A expectativa é, portanto, que o novo corte da Selic estimule os brasileiros a consumir e a investir, para que esse aumento de demande pressione os preços, levando a inflação para o centro da meta. 

"O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural", confirmou o Copom, no comunicado emitido após o término desta reunião. 

A Anefac lembra, por sua vez, que também é preciso ter cautela com o corte dos juros. É que a queda da Selic também diminui a rentabilidade da poupança e dos títulos de renda fixa, como os do Tesouro Direto, que são as principais fontes de aplicação dos brasileiros. E também não deve levar os juros que são cobrados aos consumidores finais a um patamar tão baixo como esse. Segundo a Anefac, apesar de a Selic ter caído de 14,25% para 4,25% nos últimos cinco anos, os juros de mercado permanecem acima dos 100%.

O Copom, por sua vez, também deixou outro recado no comunicado desta quarta-feira. É o aviso de que o ciclo de queda da Selic chegou ao fim. O Comitê argumenta que, como a economia brasileira está demorando a recuperar mesmo com estímulos como esse, agora parece ser a hora de esperar os últimos cortes da Selic fazerem efeito. "O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária. Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária", diz o comunicado.

O Copom admite, por sua vez, que os próximos passos da política monetária brasileira vão depender da evolução da atividade econômica. E frisou que dar seguimento ao processo de ajuste fiscal e às reformas econômicas é fundamental para a recuperação da economia. "O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia", diz o comunicado.

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