Correio Braziliense
postado em 08/02/2020 09:39
O JPMorgan cortou a projeção de crescimento para o Brasil este ano, com a piora das perspectivas para a economia da China por conta da rápida disseminação da epidemia do coronavÃrus. A estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 baixou de 2% para 1,9%. Já em 2021, o banco americano elevou a estimativa de 2,2% para 2,4%.
A recuperação mais lenta da atividade e a queda dos preços internacionais das commodities provocadas pela economia chinesa mais fraca devem reduzir a pressão na inflação. Por isso, o banco também cortou as estimativas do IPCA de 2020, de 3,7% para 3,4%, influenciado principalmente por preços mais comportados esperados para alimentos e gasolina.
O JP observa que quase 30% das exportações brasileiras vão para a China, por isso o impacto negativo da perda de fôlego da atividade econômica do paÃs asiático. Ontem, o banco anunciou corte de sua projeção de crescimento do PIB chinês no primeiro trimestre, de 4,9% para 1,0%, por causa do surto de coronavÃrus enfrentado pelo paÃs. A estimativa para todo o ano de 2020 caiu de 5,8% para 5,4%.
Por conta do fluxo importante de comércio entre os dois paÃses, o JP estima que para cada um ponto porcentual de declÃnio no crescimento da China, a expansão do PIB do Brasil se reduz em 0,2 a 0,3 ponto porcentual, normalmente com um trimestre de atraso entre os eventos na China e o impacto aqui. Mas no caso do coronavÃrus, por conta dos efeitos repentinos no paÃs asiático, o impacto na economia brasileira será sentido já neste trimestre.
O impacto negativo do coronavÃrus deve ser concentrado na primeira metade do ano. Por isso, o JP cortou a estimativa de alta do PIB brasileiro do primeiro semestre em 0,6%. A expectativa é que na segunda metade do ano a atividade ganhe fôlego. Por isso, o banco elevou a estimativa de PIB do segundo semestre em 0,5%. Mas essa melhora não será suficiente para evitar uma redução da estimativa de crescimento de todo o ano de 2020, observa o banco em relatório.
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