Economia

Tensão externa por coronavírus empurra Ibovespa para o negativo

Correio Braziliense
postado em 13/02/2020 11:28
O anúncio de que disparou o número de novos casos de coronavírus na China traz tensão aos mercados internacionais e a Bolsa brasileira não resistiu, iniciando o pregão em queda depois de dois dias seguidos de alta. Após adotar novos procedimentos de diagnósticos na Província de Hubei, o governo chinês informou que subiu não só o montante de casos do vírus mas também o de mortos. As bolsas asiáticas fecharam em queda, as da Europa e os índices futuros de Nova York cedem. Às 11h05, o Ibovespa tinha declínio de 0,79%, aos 115.755,61 pontos, após caía na mínima aos 114.800,64 pontos. Apenas nove ações da carteira do Índice da B3 subiam perto das 11 horas, de 73 papéis. As ações atreladas a commodities e ao dólar são as principais afetadas, já que as matérias-primas continuam sofrendo os impactos das incertezas do coronavírus sobre a economia chinesa e, consequentemente, a mundial. Isso porque a nação chinesa é uma grande importadora de commodities, especialmente da mineradora Vale. Perto de 11 horas, Vale ON cedia 1,83%, enquanto CSN ON perdia 2,00%. Como a China já está paralisada e há duvidas sobre os impactos na economia global, a tensão por conta do aumento no número de casos de coronavírus tende a encarecer as commodities e reduzir a demanda. "Afeta tanto pelo preço em si quanto por um possível desaquecimento da demanda de produtos daqui", diz a analista Sandra Peres, da Terra Investimentos. A expectativa de que o número de pessoas infectadas e o de mortos não estava avançando chegou a aliviar os investidores ontem, dando certa estabilidade, mas hoje isso mudou. "Esperava-se que o total de novos casos não estava crescendo e havia possibilidade de combate. Agora, não sabemos até o quanto isso pode se prolongar", descreve Sandra. A dúvida principal, diz a analista, é saber quais são de fato os números reais sobre o coronavírus, já que a China é tida como um país onde suas informações e seus números sempre geram desconfiança. "Já há dúvida com relação a dados como os de PIB e ainda mais agora com uma questão tão séria como esta", diz. O dólar mais alto, que fechou ontem a R$ 4,3510 no maior valor nominal desde o início do Plano Real, pode servir de equilíbrio na Bolsa, ao eventualmente beneficiar papéis que dependem da moeda, caso de outras exportadoras. Porém, Sandra lembra que o país asiático não importa somente itens atrelados a minério mas outros produtos do Brasil. A área Azul PN (-2,90%), por exemplo, fazia parte da lista de maiores baixas. Depois de cinco dias de alta e de ter alcançado a máxima a R$ 4,383, a moeda norte-americana era negociada a R$ 4,3180, com recuo de 0,80%, às 11h12. O BC realizou há pouco leilão extraordinário, ofertando US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial (20 mil contratos). O BC, contudo, vendeu 7.600 contratos de swap para 03/08/2020 (US$ 380 mi). O leilão foi uma resposta à pressão cambial recente. Ontem, ao comentar o assunto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o câmbio brasileiro não "está nervoso" e que o nível mudou para R$ 4,00. Em tempo: investidores avaliam o balanço do Banco do Brasil, que informou lucro líquido foi de R$ 4,625 bilhões no quarto trimestre, dentro do esperado. Às 11h10, os papéis cediam 0,60%.

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