Economia

Dólar recua a R$ 4,30

Correio Braziliense
postado em 15/02/2020 04:13
O dólar fechou em queda ontem após mais uma intervenção do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. A moeda norte-americana, que vinha batendo recordes históricos antes da atuação da autoridade monetária, recuou 0,83%, terminando o dia cotada a R$ 4,30. Na semana, o dólar acumula queda de 0,47%, mas, no ano, já subiu mais de 7%. O maior patamar da divisa foi registrado na quarta-feira, quando fechou em R$ 4,35. Na quinta, no entanto, atingiu R$ 4,38 no intradia, o que levou à primeira intervenção do BC na semana, para forçar o recuo.

Ontem, a autoridade monetária fez mais um leilão de 20 mil contratos de swap cambial tradicional, com oferta líquida de US$ 1 bilhão, a mesma operação realizada na véspera. Os swaps são equivalentes a transações de venda de dólar no mercado futuro; com isso, reduzem a pressão de alta.

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, o BC não está buscando limitar um patamar de cotação do dólar, mas, sim, evitar a volatilidade da moeda. “Não é o real que está se desvalorizando, é a divisa norte-americana que está ficando forte. Mas um dos motivos para a alta são os juros baixos do país, que atraem menos dólares”, afirmou.

Segundo ele, o importante da política cambial é atuar para evitar uma subida muito rápida. “Isso porque, se sobe devagar, não tem tanto efeito na inflação. As importadoras vão repassando aos poucos nos preços dos produtos. Agora, quando explode, repassam imediatamente e a inflação dispara. Por isso, a atuação do BC é para evitar essa rapidez, ou seja, a volatilidade”, explicou.

O gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, avaliou que o BC começou a intervir na quinta-feira porque sentiu que o mercado estava distorcido. “O motivo para ter entrado com oferta foi porque achou a alta exagerada. De fato, se levar em consideração o cenário externo está mais acomodado”, disse. Apesar de a preocupação com o coronavírus permanecer e de dados mais fracos na demanda interna da Alemanha, explicou Galhardo, a disparada não estava refletindo o quadro internacional.

O especialista assinalou que não acredita que o BC queira estipular um patamar do câmbio. “Quer só conter a distorção do mercado. A valorização do dólar ante ao real ainda é reflexo da saída dos especuladores do mercado, que entraram para apostar no juros e saíram porque a Selic recuou a 4,25% ao ano”, justificou. Galhardo aposta que a moeda norte-americana está mais para subir até R$ 4,50 do que voltar a R$ 4,20. “A saída continua forte, a balança comercial não tem ajudado. Em janeiro, foi deficitária. Ou seja, não tem dólar novo. A curto prazo, não tem como voltar, porque falta liquidez”, opinou.
 
 
 
 

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