Correio Braziliense
postado em 19/02/2020 11:17
Na contramão das bolsas internacionais, o Ibovespa iniciou o pregão desta quarta-feira, 19, perto da estabilidade, com viés de baixa, dando sequência ao recuo da terça ontem de 0,29%, aos 114.977,29 pontos. Internamente, operadores relatam preocupação em relação ao avanço de reformas, sob a tutela do ministro da Economia, Paulo Guedes.
RuÃdos de que haveria descontentamento no governo quanto ao trabalho do ministro, de que estaria demorando na aceleração das reformas administrativa e tributária, foram citados como alguns dos motivos de cautela.
Às 10h54, o Ibovespa subia 0,32%, aos 115.350,38 pontos.
No entanto, a alta das bolsas externas ampara o Ibovespa, diante de notÃcias de desaceleração nos novos casos de coronavÃrus na China, onde a epidemia teve inÃcio. A despeito disso, as preocupações quanto aos impactos do vÃrus sobre a economia mundial e a brasileira seguem se renovando.
Em estudo, a LCA Consultores, por exemplo, afirma que cerca de 20% da atividade industrial brasileira poderá ter impacto de maneira relevante pela obstrução das cadeias de fornecimento de insumos da China associada à s medidas de contenção do contágio do coronavÃrus.
Já outra parte (40%) pode ser indireta ou parcialmente afetadas, estimam os economistas em nota, que ainda lembram da greve dos petroleiros. A paralisação já dura 19 dias e conta com a adesão de mais de 20 mil trabalhadores.
"Quando a mediana das expectativas para o PIB Produto Interno Bruto de 2020 na Focus indica elevação em torno de 2,5%, já esperávamos 2,2%. Depois, alteramos para 2% e, agora, para 1,8%. Além dos problemas internos, temos essa piora nas expectativas para o PIB mundial. Os dados da economia interna estão horrorosos, e ainda mais se de fato tiver estresse por conta dessa situação envolvendo o Guedes", diz uma fonte.
A despeito da percepção negativa de alguns sobre o avanço das reformas, o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, pondera que o determinante para a Bolsa brasileira continua sendo o cenário externo. "A coisa mais importante agora é a decisão do banco central chinês", diz.
Investidores aguardam por mais redução de juros esta noite, desta vez os juros de referência, na reunião do Banco do Povo da China (PBoC). O BC chinês já havia anunciado na segunda-feira corte de juros de empréstimos de um ano, para fazer frente aos impactos da epidemia na economia chinesa.
A alta do petróleo no exterior e a expectativa de um crescimento no lucro da Petrobras também dão sustento para os ganhos na B3. A expectativa é que o lucro lÃquido atribuÃdo aos acionistas some R$ 8,7 bilhões no quarto trimestre ante igual perÃodo de 2018. Se confirmado, o resultado representará alta de 315% em relação ao mesmo perÃodo de 2018, quatro vezes maior do que o último dado.
Além disso, o investidor deve fazer um balanço dos resultados corporativos informados como os do ressegurador IRB Brasil Re, que informou lucro lÃquido de R$ 632 milhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 69,4% em relação ao mesmo perÃodo de 2018. Os papéis da companhia estava na liderança das maiores valorizações, com 4,38%.
A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, apresentou lucro lÃquido recorrente contábil de R$ 1,396 bilhão no quarto trimestre de 2019, queda de 9,9% na comparação com o mesmo perÃodo de 2018. Os papéis da Telefonica Brasil subiam 0,81%.
Já a Gerdau registrou lucro lÃquido de R$ 102 milhões no perÃodo, queda de 73% sobre igual trimestre de 2018, porém aprovou pagamento de dividendos. As ações cediam 3,85%, à s 10h50, liderando as maiores perdas do Ibovespa.
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