Economia

Rombo nas contas externas sobe para US$ 11,9 bilhões em janeiro

O resultado é o pior para o mês dos últimos cinco anos e foi influenciado, sobretudo, pela queda das exportações brasileiras

Correio Braziliense
postado em 21/02/2020 13:22

Banco CentralO rombo das contas externas brasileiras cresceu no início deste ano. Segundo o Banco Central (BC), o déficit do setor externo brasileiro foi de US$ 11,9 bilhões em janeiro. O resultado é o pior para o mês dos últimos cinco anos e foi influenciado, sobretudo, pela queda das exportações brasileiras.

 

O déficit em transações correntes de janeiro é cerca de 30% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 9 bilhões). E é ainda maior ao rombo que era esperado pelo Banco Central, que, no fim do ano passado, projetou um resultado negativo de US$ 8,7 bilhões para o resultado de janeiro das transações correntes. 

 

O Banco Central explica, por sua vez, que esse resultado reflete o comportamento da balança comercial brasileira. "O desempenho das exportações apresentou uma redução de 19,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior", explicou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.

 

As exportações brasileiras somaram US$ 14,5 bilhões em janeiro deste ano, frente aos US$ 18 bilhões de janeiro do ano passado. E o mercado acredita, como admitiu Rocha, que essa redução pode estar relacionada à desaceleração da economia da China, que ampliou o feriado lunar e deixou fábricas fechadas em boa parte do mês de janeiro por conta do surto de coronavírus, reduzindo, então, a demanda de produtos de outros países, como as commodities brasileiras. 

 

Não fosse isso, acrescentam os analistas, as exportações poderiam ter tido um resultado bem melhor. Afinal, o dólar alto favorece os exportadores brasileiros. A influência do dólar, por sinal, foi sentida em outra conta importante do balanço das transações correntes. É que a conta de serviços, que reduziu o seu déficit em 6,4% devido, entre outras coisas, à redução dos gastos dos brasileiros no exterior. Só os gastos com viagens internacionais caiu quase 15% por conta da escalada do dólar. Por isso, o rombo da conta de serviços saiu de US$ 2,841 bilhões em janeiro de 2019 para US$ 2,659 em janeiro em 2020 - o melhor resultado para o mês de janeiro desde 2016.

 

A conta de rendas primárias, a terceira e última conta do balanço das transações correntes, também teve um resultado melhor que o de janeiro de 2019, mas por outro motivo: a redução da taxa de juros. O déficit caiu 7%, passando de US$ US$ 7,2 bilhões para US$ 6,8 bilhões, já que o Brasil está precisando gastar menos para pagar os juros da dívida externa. Segundo o BC, os gastos líquidos com juros somaram US$ 4 bilhões em janeiro de 2010, montante 13,3% menor que o registrado no mesmo mês do ano anterior. 

 

"O déficit de transações correntes foi de US$ 11,8 bilhões. E o principal responsável foi a redução do resultado da balança comercial, que atingiu um déficit de US$ 2,6 bilhões em janeiro, porque, nas demais contas, tivemos uma redução do déficit", reforçou Rocha. Ele diz, contudo, que uma importação de US$ 2,1 bilhões ocorrida no âmbito do Repetro também contribuiu com a piora do resultado da balança comercial. Por isso, afirma que o BC espera um saldo mais positivo para este mês de fevereiro. A estimativa é de que a conta de transações correntes do Brasil feche este mês com um déficit de US$ 4 bilhões.

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