Economia

Dólar é vendido mais caro em Brasília do que em outras capitais

Cotações da moeda norte-americana e do euro batem recordes nas casas de câmbio. Para quem planeja viajar, especialistas recomendam comprar aos poucos para evitar sustos

Correio Braziliense
postado em 25/02/2020 06:00

Isabela Brasileiro Freitas, estudante de arquitetura, que vai fazer um intercâmbio de três meses no Peru: Para desespero de quem está com viagem marcada ou pensando em tirar férias no exterior, o dólar turismo passou de R$ 5 em casas de câmbio do país. O preço mínimo para a moeda americana, em dinheiro, variou entre R$ 4,60 e R$ 5,07, nesta segunda-feira (24/2). No cartão pré-pago, a divisa estava ainda mais cara, com o valor mínimo de R$ 4,82 e o máximo de R$ 5,09. O euro era vendido entre R$ 4,92 e R$ 5,14 em papel-moeda, e, no cartão pré-pago, entre R$ 5,24 e R$ 5,41.


Em Brasília, a cotação da moeda norte-americana variava muito. As casas de câmbio da capital vendiam o dólar em dinheiro entre R$ 4,67 e R$ 5,01, e entre R$ 4,90 e R$ 5,10 no cartão pré-pago. Em São Paulo, o preço do dólar turismo, em dinheiro, era de R$ 4,60, mas no Aeroporto de Guarulhos, o valor chegava a R$  5,07. No Rio de Janeiro, a moeda era vendida por R$ 4,61, e, em Belo Horizonte, por R$ 4,63. No cartão pré-pago o dólar chegou a R$ 4,83 em São Paulo e no Rio de Janeiro, e a R$ 4,86 na capital mineira.

O valor cobrado no câmbio para turismo é maior do que nas transações comerciais de importaçõe e exportações. Além da cotação em si, há outros custos, como Imposto sobre Operações Financeiras de até 6,38%, transporte, manutenção e seguro contra roubo. “O dólar vem subindo consecutivamente, é um caminho de alta. Mas, não é possível prever se esse movimento durará até o fim do ano”, disse Carlos Oliveira, sócio da Miura Investimentos. “Para que ele baixe de patamar, o governo poderiase empenhar mais na agenda das reformas tributária e administrativa. Além disso, há o coronavírus, que pode afetar as exportações e a entrada da recursos no país, provocando escassez de moeda.”

O engenheiro elétrico Georgito de Sá, 51 anos, reclamou do valor alto do euro, que estava cotado a R$ 5,06 em uma casa de câmbio no Aeroporto Juscelino Kubitschek. “Vou ter que cortar algumas coisas para poder me manter nos cinco dias que vou passar na cidade do Porto, em Portugal, com minha esposa, onde vamos comemorar 30 anos de casados”, afirmou. O engenheiro, que está se preparando para a viagem há dois anos, comprou dois mil euros.  Devido à natureza da viagem, ele acha que o gasto valerá a pena. “Mesmo caro, é um investimento para o casamento e para a vida. Mas, claro que essa subida constante acaba afetando negativamente as pessoas”, ponderou.

Intercâmbio

A estudante de arquitetura Isabela Brasileiro Freitas, 22, viajou nesta segunda-feira (24/2) para Lima, no Peru, para realizar um intercâmbio voltado para sua área de formação. A jovem, que passará três meses no país vizinho, não imaginava que o dólar estivesse tão alto. “O dinheiro que economizei não me ajudará tanto mais. Eu havia planejado uma coisa, e, agora terei que fazer totalmente outra por conta do aumento do dólar. Pensava que pagaria, no máximo, R$ 4,20 e levei um susto quando me cobraram R$ 4,67”, disse. “Já achava que a cotação estaria alta devido ao coronavírus, mas não sabia que fosse tanto”, afirmou.

Isabela lamentou não ter comprado a moeda com mais antecedência. Ela embarcou com US$ 1.000. “Como é pouco dinheiro para o tempo que vou passar fora do país, estou com uma segunda alternativa, um cartão pré-pago no qual meus pais vão depositar caso essa quantia acabe, mas é somente em último caso”, informou. “Como minha viagem é para estudo, vejo todo gasto como um investimento para o meu futuro. Quero ter um diferencial do restante das pessoas da minha área, e acredito que terei um retorno em dobro pelo esforço que estou fazendo. Agora, se fosse a turismo, não iria de jeito nenhum”, apontou.

Para evitar prejuízo na hora de comprar moeda estrangeira,é preciso pesquisar e se planejar. De acordo com o gerente da Fair Corretora, Mário Battistel, as pessoas devem ficar atentas às variações das moedas, pois não há hora certa para comprar. “O ideal é ir comprando aos poucos e sempre comparando os preços, assim se consegue pegar os valores mais baixos.” Além disso, é sempre preferível comprar em dinheiro do que no cartão pré-pago, segundo Battistel. No cartão, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é de 6,38%, bem maior do que no dinheiro vivo, que é de 1,1%.

* Estagiários sob supervisão de Odail Figueiredo

Taxas salgadas

 

(Preços médios, em reais)

Cotações do dólar turismo
São Paulo    4,60
Rio de Janeiro    4,61
Campinas    4,63
Curitiba    4,63
Belo Horizonte    4,63
Santos    4,63
Porto Alegre    4,63
Florianópolis    4,63
Goiânia    4,64

Cotações do euro
São Paulo    4,99
Rio de Janeiro    5,00
Campinas    5,02
Belo Horizonte    5,02
Santos    5,02
Porto Alegre    5,03
Florianópolis    5,03
Curitiba    5,03
Goiânia    5,04

Fonte: MelhorCâmbio.com

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