Correio Braziliense
postado em 02/03/2020 11:30
Após oito meses em alta, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,5 pontos em fevereiro e atingiu 97,2 pontos. No entanto, em médias móveis trimestrais, o indicador calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE) manteve tendência ascendente com o avanço de 0,6 ponto.O superintendente de Estatísticas Públicas da fundação, Aloísio Campelo Jr, informou que na primeira queda, desde agosto passado, entre os destaques negativos do índice de expectativas empresariais está o setor de serviços e a construção.
Segundo ele, nos dois casos, os indicadores, que antes sinalizavam otimismo com os meses seguintes, passaram a retratar neutralidade. “Os indicadores de situação atual também recuaram no mês, embora neste caso o setor de serviços tenha sido o único responsável”, disse.
Ainda conforme Campelo Jr., quase toda a coleta de informações para as sondagens de fevereiro foi obtida antes do avanço expressivo do surto mundial de coronavírus, na última semana do mês.
De acordo com a FGV, o Índice de Confiança Empresarial consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE, que são de indústria, serviços, comércio e construção.
Também em fevereiro, tanto o índice que mede a percepção dos empresários sobre a situação corrente dos negócios (ISA-E), quanto do Índice de Expectativas (IE-E) registraram quedas. Pelo segundo mês consecutivo, o ISA-E caiu 0,6 ponto, passando para 92,8 pontos. Já o IE-E recuou 0,3 ponto, alcançando 101,5 pontos, mas se manteve na zona de neutralidade, próximo aos 100 pontos.
Para a FGV/IBRE, o resultado de fevereiro entre os setores integrantes do índice de confiança foi bastante heterogêneo. Apesar de ritmo menos intenso, a indústria continuou avançando com alta de 0,5 ponto, enquanto no mês anterior tinha subido 1,5 ponto.
Pelo terceiro mês seguido, o comércio avançou devido às expectativas dos empresários, que caminharam em sentido oposto ao aumento do pessimismo observado nos demais setores. Mas a confiança no setor de serviços caiu 1,7 ponto no mês, sendo o único setor que recua na métrica de médias móveis trimestrais. Já a confiança da construção teve queda de 1,4 ponto, depois de subir por sete meses consecutivos.
Para a edição de fevereiro de 2020, foram coletadas informações de 4.356 empresas entre 03 e 21 de fevereiro. A próxima divulgação do índice ocorrerá no dia 31 de março de 2020.
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