Economia

Ibovespa fecha em alta de 2,36%, a 106.625,41 pontos, em recuperação pelo 2º dia

Correio Braziliense
postado em 02/03/2020 18:44
Em dia de retomada global do apetite por risco, o Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira, 2, em alta de 2,36%, aos 106.625,41 pontos, tendo atingido a marca de 107.220,02 pontos no pico de hoje, após a pior semana desde agosto de 2011 e o pior mês (fevereiro) desde maio de 2018. Na mínima, o Ibovespa foi hoje aos 103.779,26 pontos. Assim, em alta pelo segundo dia após quatro perdas consecutivas, o principal índice da B3 conseguiu recuperar hoje cerca de 2,4 mil dos 9,5 mil pontos cedidos desde a quarta de cinzas - dessa forma, a perda em relação ao fechamento anterior ao carnaval está agora em torno de 7 mil pontos. O giro financeiro desta segunda-feira totalizou R$ 32,5 bilhões, em linha com o observado nas últimas três sessões, quando superou R$ 30 bilhões - chegando a R$ 40,0 bilhões na última sexta, 28. Antes da pausa para o carnaval, o Ibovespa estava em 113.681,42 no fechamento do dia 21. Desde então recuou 7,00% na quarta e 2,59% na quinta-feira, quando fechou aos 102.983,54 pontos, na mínima do dia, para subir 1,15% na última sexta-feira, aos 104.171,57 pontos. No dia 19 de fevereiro, antes de iniciar a série negativa de quatro sessões que precedeu e sucedeu o carnaval, o índice estava em 116.517,59 pontos (em alta de 1,34% no encerramento daquela sessão). No ano, o Ibovespa acumula agora perda de 7,8%. A indicação de que as economias avançadas estão dispostas a afrouxar as condições monetárias e fiscais em contraponto à desaceleração da atividade ocasionada pelo coronavírus deu suporte a um dia de recuperação global, com o Ibovespa mostrando ganhos em correlação, embora mais moderados do que os observados hoje em Nova York, onde o Dow Jones fechou em alta de 5,09% e o S&P 500, de 4,60%. Na semana passada, os três índices de NY acumularam perdas entre 11% e 12,4%, superiores às registradas pelo Ibovespa, que cedeu 8,37% no período, de apenas três sessões por aqui. "O S&P 500 teve a queda mais rápida desde o topo, de que se tem notícia. Lá fora como aqui, o mercado estava muito esticado, o que deu margem para uma realização mais forte", diz Matheus Soares, analista da Rico Investimentos. "O coronavírus vai ter um impacto na economia global e os bancos, em suas projeções, começam a colocar um crescimento menor, com prêmio de risco maior, e isso vai para o 'valuation'. Ainda teremos muita volatilidade pela frente", acrescenta. Os ministros das Finanças e os presidentes dos bancos centrais dos países que integram o G7 realizarão teleconferência amanhã, às 9h (de Brasília), para discutir resposta conjunta ao coronavírus. "Há uma expectativa para esta reunião do G7, reforçada pelas indicações dadas por BCs, entre os quais o Fed, de que algo pode ser feito com relação à economia, ante o coronavírus. Daí essa reação espalhada que vimos hoje", diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. Por aqui, embora suavizado à tarde, os juros futuros tiveram ajuste negativo ao longo da curva, em meio a indicações de afrouxamento monetário que pode ser seguido também pelo Copom já na reunião de março, avalia o mercado. Em outro desdobramento positivo desta segunda-feira, o petróleo teve alta sustentada na sessão, com ganhos na casa de 4,4% para os futuros do Brent e do WTI. Em Qingdao, na China, o minério de ferro teve alta de 5,92%, a US$ 88,93 por tonelada, o que contribuiu para recuperação da Vale, em alta de 4,63% no fechamento. Com o petróleo em alta na sessão, a ação ON da Petrobras subiu 3,50% e a PN, 4,70%. Destaque também para CSN, em alta de 10,47%, superada apenas por Hypera (+16,62%) entre os componentes do Ibovespa.

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