Correio Braziliense
postado em 03/03/2020 12:55
A previsão feita em janeiro de aumento de 20% nas vendas de carros importados por marcas sem fábricas no PaÃs, tendo como base a melhora da economia, já está sendo revista para possÃvel queda nos negócios em razão da disparada do dólar. "A cotação do dólar começou o ano em R$ 3,80 e, no segundo mês, já está em R$ 4,50; como podemos fazer planejamentos?", questiona José Luiz Gandini, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de VeÃculos (Abeifa) e da Kia Motors, maior importadora do PaÃs.
A previsão era de vender 42 mil veÃculos, mas hoje a Abeifa não tem projeção. A entidade previa a abertura de 60 concessionárias este ano, mas Gandini não vê chances de isso ocorrer.
O setor já teve 850 revendas em 2011, quando foram vendidos 199 mil veÃculos importados, e hoje tem 419. O fechamento de lojas se intensificou com a aprovação, em 2012, do programa Inovar-Auto, que impôs alta de 30 pontos porcentuais no IPI de carros feitos fora do Mercosul, que varia de 7% a 25%.
Desde então, executivos da Abeifa fazem peregrinações a BrasÃlia para discutir a redução do Imposto de Importação, de 35%, mas, segundo Gandini, não há respostas nem mesmo do governo Bolsonaro, que tem agenda liberal e prometia reduzir a alÃquota para 20%. "Esse corte ajudaria a compensar as perdas com a volatilidade cambial e não teria qualquer efeito na balança comercial, pois representamos apenas 1,3% das vendas de veÃculos no PaÃs", justifica.
Gandini lembra que os importadores empregavam 35 mil funcionários em 2011, número que hoje é de 14 mil. "As novas lojas gerariam cerca de 1,8 mil vagas."
No primeiro bimestre foram vendidos 5.075 carros importados. O número é 2,1% superior ao de igual perÃodo de 2019 mas, se a valorização cambial se manter, logo a comparação será negativa. Além do II, o carro importado paga outras taxas superiores à s do nacional.
"Os governos não tratam os importadores como empresas brasileiras", diz Gandini.
Segundo ele, a epidemia de coronavÃrus ainda não afeta os negócios do setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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