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Foram necessários apenas um relatório e um comunicado à imprensa para destruir o que companhia fez de positivo nos últimos anos

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 04:16
Foram necessários apenas um relatório e um comunicado à imprensa para destruir o que companhia fez de positivo nos últimos anos

Bolsa 1:
A estranha história de Buffett e a resseguradora IRB Brasil

A trajetória da resseguradora IRB Brasil na bolsa de valores pode ser resumida na mais icônica das frases do megainvestidor Warren Buffett (foto): “São necessários 20 anos para construir uma reputação e apenas cinco minutos para destruí-la”. Fundada em 1939 e maior empresa do setor na América Latina, a IRB abriu o capital em 2017 e, desde então, suas ações triplicaram de preço. Foram necessários apenas um relatório e um comunicado à imprensa para destruir o que companhia fez de positivo nos últimos anos. Tudo começou com uma carta publicada pela gestora fluminense Squadra, que questionava os lucros recorrentes da resseguradora. Isso foi suficiente para que as ações desabassem, mas elas se recuperaram depois de o jornal O Estado de S.Paulo publicar que a Berkshire Hathaway, de Buffet, havia decidido investir na empresa. A Berkshire, porém, afirmou que “não é acionista da IRB atualmente, nunca foi acionista da IRB e não tem intenção de se tornar um acionista da IRB”.



Bolsa 2:
Por que é arriscado comprar ações sem conhecer as empresas


O caso da IRB Brasil é grave e revela como os investidores podem ser influenciados por informações contaminadas por interesses ocultos. Depois da negativa de Buffett, as ações da IRB chegaram a desabar 40%. Mas fica uma lição desse episódio: é arriscado demais comprar ações de empresas sem conhecê-las de verdade. Com o crescimento do mercado acionário brasileiro, alguns novos investidores acreditam que vão encontrar o pote de ouro no meio do caminho. Nada mais ilusório.


O protagonismo está com o setor privado

É verdade que o PIB brasileiro decepcionou em 2019 com o avanço modesto de 1,1%, mas nem tudo está perdido. No ano passado, o PIB privado cresceu 2,72%, o melhor resultado em dois anos, enquanto o PIB público encolheu 2,25%. Ou seja, o protagonismo da economia não está mais com o governo, como é histórico no Brasil, mas com a iniciativa privada. Feita essa ressalva, é preciso dizer que, sim, o país precisa encontrar meios de crescer em velocidade maior.


Resultado do PIB gera debate entre empresários

Um caloroso grupo de WhatsApp formado por importantes empresários ferveu ontem com o resultado do PIB. De um lado, os que defenderam que a performance da economia não poderia ter sido melhor diante do legado deixado por governos anteriores. De outro, os que disseram que Jair Bolsonaro e Paulo Guedes tiveram tempo e condições para entregar um desempenho superior. Em comum, a expectativa das duas correntes é de que o PIB irá acelerar um pouco mais em 2020.


  • US$ 12 bilhões

    é o valor
    do fundo de
    contingência
    criado pelo
    Banco Mundial
    para combater
    a epidemia do
    coronavírus





Rapidinhas


» Da série sobre o impacto do coronavírus: na China, as vendas de carros de passeio caíram 80% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados preliminares da associação local de revendedores. Nos dois primeiros meses do ano, a queda foi de 41%. A boa notícia é que o país começa a voltar à normalidade.

» A pergunta que deve ser feita agora é como a China irá recuperar o tempo perdido. O país, que tem uma das jornadas de trabalho mais longas do mundo (em alguns setores, acima de 12 horas diárias e com apenas uma semana de férias por ano) não tem como tornar os trabalhadores ainda mais produtivos. Aumentar as jornadas pode ser desumano.

» A empresa de gestão de frota Ticket Log incorporou a inteligência artificial em sua operação. O sistema, chamado Edenred Virtual Assistant (EVA), realizou 200 mil atendimentos desde a sua implementação e reduziu, segundo diz a companhia, em 30% as ligações na central e nas interações pelo chat on-line.

» A Infosolo Informática, empresa de tecnologia do Distrito Federal que funciona como desenvolvedora e incubadora, inaugura neste mês seu primeiro escritório em São Paulo. A empresa é a maior registradora de contratos independentes do país e responde por um volume de operações de R$ 120 bilhões em ativos financeiros.

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