Correio Braziliense
postado em 06/03/2020 04:06
Apesar de realizar ontem três leilões de swap cambial que não estavam programados, colocando US$ 3 bilhões no mercado, o Banco Central (BC) não conseguiu conter a forte valorização da divisa norte-americana. A autoridade monetária decidiu manter a estratégia e vai ofertar mais US$ 2 bilhões em um único leilão de swap hoje.Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Capital/Investimentos, lembrou que os mercados ficaram preocupados com o fato de a Califórnia ter decretado estado de emergência. “É o estado mais rico e populoso dos EUA e isso poderá fazer com que o crescimento do país fique bem menor do que o esperado”, afirmou.
Na semana passada, o BC colocou US$ 2,5 bilhões no mercado, lembrou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. “Desde o carnaval, o dólar subiu 6% em relação ao real”, destacou. “Se a desvalorização do real faz parte de um movimento global de moedas emergentes, o BC não pode ir na contramão. Ele deve começar dizendo que o regime é de metas de inflação e não de metas de câmbio”, avaliou.
Diante da desaceleração global, vários bancos centrais cortaram juros. E as expectativas são de que o BC siga o mesmo caminho no Brasil — o que poderá funcionar como mais um impulso para a elevação da taxa de câmbio, no entender de William Jackson, da Capital Economics. “Os mercados esperavam que a taxa Selic se mantivesse em 4,25% neste ano. Mas as apostas passaram para um novo corte de 0,25 ponto percentual e agora estão em 0,50 ponto percentual para os próximos meses”, explicou.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central será nos dias 17 e 18 deste mês. “O ambiente atual abre o caminho para uma nova redução da taxa de juros”, afirmou o professor do curso de Finanças do Ibmec/DF Marcos Melo, para quem a alta de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 só reforçou esse caminho, porque “está difícil para a economia se recuperar”. (RH, com colaboração de Marina Barbosa)
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