Economia

Guedes quer avançar com a reforma administrativa ainda nesta semana

Ministro acha que essa é uma forma de o Brasil escapar da onda de desaceleração que o coronavírus e, agora, a crise do petróleo impuseram à economia mundial

O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer enviar ainda nesta semana a proposta de reforma administrativa do governo federal para o Congresso. Ele disse que vai conversar sobre o assunto com o presidente Jair Bolsonaro quando o mandatário voltar da viagem aos Estados Unidos, na quarta-feira (11/3), porque acha que essa é uma forma de o Brasil escapar da onda de desaceleração que o coronavírus e, agora, a crise do petróleo impuseram à economia mundial.

 

"É hora de trabalhar, hora de manter a serenidade, hora de sermos construtivos. [...] O mundo está descendo e o Brasil, ao contrário, está começando a sair do buraco, a sair do abismo fiscal, começando a reaceleração econômica. E estamos seguros que vamos prosseguir", afirmou Guedes na manhã desta segunda-feira (9/3), destacando que avançar com as reformas é necessário para a continuidade desse processo. O ministro pediu, então, cooperação entre os três poderes em torno das reformas e prometeu que o governo faria o seu dever de casa mandando a reforma administrativa e a proposta de reforma tributária para o Congresso até a próxima semana.

 

"Vamos trabalhar. Vamos transformar essa crise em crescimento, em geração de empregos. Estamos absolutamente tranquilos. É uma equipe [econômica] serena, experiente. Já vivemos isso várias vezes. Conhecemos isso. Sabemos lidar com isso. Estamos absolutamente tranquilos e serenos. Então, é hora de justamente termos uma atitutde construtiva. Os três poderes com serenidade, cada um resolvendo sua parte. Não está na hora de ninguém pedir privilégio, aumento, facilidade. Está na hora de, ao contrário, perguntarmos o que cada um pode fazer pelo país", afirmou Guedes, ao ser questionado sobre o impacto da crise do petróleo, que está derrubando bolsas mundo afora nesta manhã, no Brasil.

 

Dólar

 

Ele ainda disse que o avanço das reformas poderia ajudar a conter a escalada do dólar. Por isso, prometeu tratar do assunto com o Planalto, que agora está à frente da reforma administrativa, assim que Bolsonaro voltar da viagem aos Estados Unidos. "As reformas estão avançando. Da nossa parte, estamos devendo a reforma administrativa, que vamos mandar assim que possível. O presidente chegando, nós vamos conversar sobre isso. E a tributária. A Câmara acabou de instalar a comissão mista, semana passada. Então, vamos mandar ou nesta semana ou na semana que vem nossa contribuição inicial para a reforma", afirmou Guedes.

 

O ministro da Economia não deu detalhes sobre o andamento da proposta de reforma tributária do governo, mas voltou a dizer que a reforma administrativa está pronta. O texto, formulado pela equipe econômica, foi ajustado pelo Palácio do Planalto neste início de ano para evitar questões políticas que poderiam dificultar a sua aprovação. E agora aguarda um bom "timing" para ser enviado ao Congresso - o que, na opinião de Guedes, poderia acontecer até hoje, diante da derrocada da Bolsa, caso Bolsonaro estivesse no Brasil.

 

"A equipe do presidente se debruçou sobre a reforma administrativa. Eles analisaram várias reformas ao reformas no mundo inteiro para dar sugestões a nossa equipe. Deram sugestões. E isso acabou há duas semanas. Duas semanas atrás, eles deram suas últimas sugestões. O presidente aprovou, deu ok. Agora, é uma questão de oportunidade. Se o presidente estivesse aqui, de repente estava indo hoje. Semana passada quase foi. Mas nós tínhamos marcado uma ida a São Paulo, aí acabamos tendo reunião para se preparar para esse tipo de conversa e acabamos perdendo o timing de mandar semana passada", contou Guedes.