Economia

Petrobras perde R$ 67 bilhões em manhã de pânico na Bolsa

Correio Braziliense
postado em 09/03/2020 13:33
Após as negociações na Bolsa brasileira ficarem paralisadas por 30 minutos, durante o acionamento do mecanismo de circuit breaker, as ações de Petrobras voltaram a ter forte queda nesta segunda-feira, 9. Os papéis ON recuavam 22,69% e os PN, 24%, às 12h27, enquanto o Ibovespa perdia 8,92%, aos 89.259,77 pontos. Descontando o tempo de parada de pouco mais de meia hora, as ações foram negociadas por cerca de 45 minutos e, nesse tempo, a petroleira já perde R$ 67 bilhões. O petróleo do tipo Brent segue em queda, embora menos intensa do que o observado mais cedo, com baixa de 18%, após a Arábia Saudita decidir aumentar a produção da commodity e reduzir os preços, movimento interpretado como retaliação à falta de acordo entre os membros da Organização dos Países exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de cortes na produção. De acordo com um analista do mercado financeiro, a decisão da Arábia Saudita pode colocar em risco novos projetos da Petrobras, assim como seu plano de investimentos. Outro especialista aponta que se a queda do preço do petróleo no mercado internacional perdurar a geração de caixa da Petrobras será afetada. Frigoríficos e aéreas têm perdas Ações de frigoríficos também se destacam entre as maiores quedas na B3. Os investidores começam a digerir as informações sobre problemas logísticos na China e aumento dos custos de produção, que estariam desafiando a indústria de carnes. "Com o agravamento do coronavírus na China e a consequente desaceleração da economia chinesa, os portos se tornaram um problema, e contêineres parados no país passaram a ser desviados para outros destinos", disse a XP Investimentos em relatório. A avaliação é que a menor circulação de pessoas na China reduzirá o consumo fora do lar, afetando negativamente a demanda por proteínas. Por volta das 11h40, JBS ON chegou a cair 11,90%, Minerva ON perdia 12,21% e BRF ON tinha baixa de 8,70%. Já Marfrig ON caía 15,99%. As aéreas também acumulavam perdas. As ações PN de Gol e Azul amargam caem em torno de 10% diante da disparada do dólar que às 11h47 tinha alta de 2,30%, a R$ 4,7403. Na máxima, chegou a R$ 4,7927. De acordo com analistas, as empresas seguem afetadas, uma vez que cerca de 70% de seus custos são atrelados à moeda americana.

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