O desempenho da indústria brasileira voltou a ser positivo em janeiro após dois meses de recuo, demonstrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (10/3). De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, a produção industrial no primeiro mês deste ano cresceu 0,9% na comparação com dezembro de 2019.
O último mês positivo para o setor havia sido outubro do ano passado, quando o IBGE também contabilizou uma alta de 0,9%. Na sequência, a indústria acumulou quedas de -1,6% em novembro e de -0,8% em dezembro.
Segundo o levantamento do IBGE, 17 dos 26 ramos industriais pesquisados e três das quatro grandes categorias econômicas apresentaram taxas positivas em janeiro. O instituto destacou que o resultado é o melhor para o mês desde janeiro de 2017, quando a produção da indústria teve alta de 1,1%.
As principais influências positivas vieram de máquinas e equipamentos (11,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%), metalurgia (6,1%) e produtos alimentícios (1,6%), depois dos recuos registrados em dezembro. Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,3%) avançaram pelo terceiro mês seguido.
Entre os oito ramos que reduziram a produção em janeiro, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por impressão e reprodução de gravações (-54,7%) e indústrias extrativas (-3,1%), que teve o quinto mês consecutivo de queda na produção e acumulou perda de 8,9% desde então.
Apesar disso, segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, "o crescimento de janeiro precisa ser relativizado e que o resultado não indica uma mudança na trajetória do setor". Isso porque, na comparação com janeiro do ano passado, a indústria registrou queda de 0,9%. Também houve recuo no acumulado dos últimos 12 meses, de -1%.
"A gente permanece com uma leitura de predominância em termos negativos embora o setor tenha mostrado um avanço para este mês frente ao patamar que havia finalizado no ano passado", analisou Macedo, que lembrou que a indústria está longe do melhor resultado da história para o setor, alcançado em maio de 2011, quando o crescimento registrado foi de 18%.
"É como se estivéssemos operando no mesmo patamar em que estávamos entre janeiro e fevereiro de 2009. Em novembro e dezembro houve uma perda acumulada de 2,4% e é sobre esse resultado que a indústria está crescendo", alertou Macedo.
Coronavírus deve impactar resultados
Macedo frisou que os resultados de janeiro não tiveram nenhuma influência da disseminação do coronavírus. Para os próximos levantamentos, contudo, ele acredita que a indústria certamente será afetada pelos impactos causados pela Covid-19.
"A principio os resultados (de janeiro) não parecem ter algum tipo de efeito (do coronavírus). Sabemos que pode trazer problemas de insumo na produção de bens domésticos, no comércio internacional, mas não sabemos se isso irá aparecer em fevereiro e em qual intensidade. O que vemos é que diversos setores já estão mapeando empresas que estão sentido isso (problemas de insumo)", observou o gerente da Pesquisa Industrial Mensal.
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