Economia

Relação ruim de Bolsonaro com Congresso prejudicou PIB, dizem Maia e Doria

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o governador de São Paulo, João Doria, avaliaram nesta terça-feira que a falta de harmonia entre os Poderes foi um dos fatores que prejudicaram o crescimento do PIB em 2019

Correio Braziliense
postado em 10/03/2020 18:51
Rodrigo Maia e João DoriaPara o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 — de 1,1%, o menor dos últimos três anos — foi provocado, em parte, pelo relacionamento conturbado entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso Nacional.

Após afirmar, nesta terça-feira (10/3), que a economia do país conta com "infraestrutura de péssima qualidade e um sistema tributário de péssima qualidade, que segura o crescimento", Maia acrescentou que "a falta de harmonia entre os Poderes" colaborou para o baixo crescimento e impediu os resultados que as reformas feitas poderiam proporcionar. 

"Os conflitos que nós tivemos no ano passado, as dúvidas do governo em relação ao Parlamento, e os conflitos que se mantêm, infelizmente, neste ano, é óbvio que esses conflitos, para quem vai investir a médio e longo prazo, geram insegurança. E certamente tiveram parte de culpa na queda de projeção do investimento e resultado final de crescimento", avaliou Maia.

"O Brasil, no ano passado, projetava um crescimento de 2,5%. Cresceu (perto de) 1%. Com a aprovação de uma reforma do tamanho que foi a previdenciária, mesmo assim, não conseguimos garantir o crescimento (acima) de 1% do PIB. Quais foram as variáveis que influenciaram isso? Então, acho que o 1,5% que nós perdemos, uma parte disso, tem relação com o meio ambiente e à falta de harmonia entre os Poderes, sem dúvida nenhuma", completou.

Doria faz avaliação semelhante

Na tarde desta terça-feira (10/3), Maia recebeu em seu gabinete o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Após o encontro, o tucano disse os problemas econômicos não se devem exclusivamente às falas do presidente da República, mas que o clima de instabilidade política afasta investimentos. 

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"Temos a situação do coronavírus que afetou a segunda maior economia do mundo, que é a economia chinesa, e agora afeta a maior economia do mundo, a norte-americana. Mas a instabilidade política afeta (o resultado da economia brasileira). Nenhum investidor gosta de realizar investimentos em um país onde você não tem estabilidade institucional, não tem respeito pelas regras", disse Doria. 

A instabilidade, continuou o governador de São Paulo, prejudica principalmente o trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes. "Com toda a boa vontade e equipe que ele possui, se ele não tiver a paz para administrar a economia do país, a economia não vai crescer. Não crescendo, não gera emprego. Um ambiente de paz, equilíbrio e respeito ajuda o processo econômico e contribui para a atração de investimento e a geração de emprego", pontuou.

O governador também criticou uma das mais recentes declarações do presidente Bolsonaro, a que disse ter provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas e que ele deveria ter vencido no primeiro turno. "Se o presidente não confia na sua própria eleição, ele que participe de outra eleição então. Antecipemos as eleições. Fazemos as eleições para presidente da República junto com as eleições de prefeitos e vereadores", disse.

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