Pelas novas perspectivas econômicas traçadas pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, o impacto dos efeitos do novo coronavírus pode reduzir as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 em até 0,5 ponto percentual, pelas projeções pessimistas. No cenário base, considerado o mais provável pela equipe econômica, a queda no PIB será de 0,3%, e, no otimista, o recuo é de 0,1%, conforme dados do boletim Macro Fiscal divulgados nesta quarta-feira (11/03).
Com isso, a SPE reduziu de 2,4% para 2,1% a estimativa de crescimento do PIB deste ano e manteve em 2,5% para os anos seguintes. A projeção para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,62%, em janeiro, para 3,12%, em março.
De acordo com relatório da SPE, o cálculo dos efeitos da Covid19, doença provocada pelo novo coronavírus, utilizou um “modelo de equilíbrio geral de médio porte para uma pequena economia aberta, estimado para o Brasil” para calcular o choque em três magnitudes.
O relatório menciona o choque nos preços de petróleo, contudo, ainda não faz estimativas claras sobre o real impacto na economia doméstica. No total, foram estimados 81 cenários diferentes para as projeções do PIB nos quatro trimestres do ano. Pelas projeções, as expectativas do fluxo das receitas com tributos e de resultado primário pioraram em março.
Reformas
Durante a apresentação dos novos parâmetros da projeção, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, reforçou a necessidade de reformas, em especial, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que trata dos gatilhos para congelamento de salários, inclusive, a redução de 25% da carga horário em momentos de desequilíbrio fiscal dos governos.
Essa medida é uma das três PECs enviadas ao Congresso no fim do ano passado enquanto as reformas administrativa e tributária do Executivo sequer foram encaminhadas, e, portanto não há como o Congresso avançar nessa discussão. “As reformas enviadas e que serão enviadas constituem o pilar básico para termos uma resposta à altura e a contento para choques exógenos, bem como desafios internos da nossa economia”, afirmou.
De acordo com o secretário, a nova projeção, de 2,09% no número exato, “está em linha”, com a atual projeção da mediana do mercado, de 1,99%. “Estaremos atentos para novos movimentos do mercado”, destacou.
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