O Banco Central (BC) não terá mais um fundo para custear investimentos em tecnologia e projetos estratégicos, como desejava. A proposta, que foi apresentada dentro do projeto de autonomia do BC, será retirada do projeto pela Câmara dos Deputados. Afinal, vai de encontro a outra proposta enviada pelo governo ao Congresso: a PEC dos Fundos, que prevê a extinção de outros tantos fundos públicos.
"Como tem um projeto para acabar com 240 fundos, chegamos a um consenso de tirar isso do projeto neste momento. Até porque tem outros meios de incentivar a tecnologia. Então, vamos tirar do projeto a criação do fundo", contou o relator do projeto de autonomia do BC na Câmara, o deputado Celso Maldaner (MDB-SC), que discutiu o assunto em uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta quarta-feira (11).
Segundo Maldaner, a reunião, realizada no Ministério da Economia, teve como objetivo acertar detalhes que podem facilitar a aprovação da proposta de autonomia do BC, que está na lista de prioridades do ministro Paulo Guedes para este primeiro semestre.
Também ficou acertado na ocasião que Campos Neto vai se reunir com a bancada do MDB na Câmara para discutir os termos do projeto no final deste mês. O presidente do BC já fez o mesmo com outras bancadas, como a do DEM, para tirar dúvidas dos parlamentares e tentar convencê-los da necessidade do projeto.
Por isso, Maldaner garante que a autonomia do BC tem sido bem aceita pelos deputados. O relator ainda espera levar o projeto para votação no plenário da Câmara já no início de abril.
O projeto de autonomia do Banco Central concede autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira para a autoridade monetária e também prevê mandatos fixos de quatro anos para os diretores do BC. A proposta foi enviada pelo governo no ano passado e tem sido tratada com prioridade pelo ministro Paulo Guedes e também pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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