Economia

CEF amplia capital de giro

Banco aumenta em R$ 50 bilhões a oferta de recursos para empresas em dificuldade com a crise provocada pela Covid-19. Foco é atender as micros, pequenas e médias empresas, além de grandes empreendedores na área imobiliária e de infraestrutura.

Correio Braziliense
postado em 13/03/2020 04:14
Pedro Guimarães, presidente da Caixa:

A Caixa Econômica Federal (CEF) vai ampliar em R$ 50 bilhões a oferta de capital de giro deste ano para tentar ajudar as empresas brasileiras a lidarem com a ameaça de desaceleração que a pandemia de coronavírus vem impondo à economia mundial. A medida eleva, portanto, para R$ 150 bilhões a oferta desta linha de crédito e foi anunciada ontem pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

“Não vai ser por falta de capital de giro que o Brasil vai ter problema”, garantiu Pedro Guimarães. Ele frisou, por sua vez, que o aumento da oferta é uma medida preventiva, porque a Caixa Econômica Federal, apesar do pânico que se instalou no mercado financeiro, ainda não vê impactos do coronavírus na economia real brasileira, nem no seu balanço financeiro. “Vamos ampliar o capital de giro porque o que temos hoje é uma crise de confiança. Como é uma crise de confiança, nosso grande ponto é prover liquidez. [...] Se secar a fonte de capital de giro, estrangula a empresa. Então, temos que oferecer capital de giro num momento em que ninguém está oferecendo”, afirmou Guimarães, destacando que o capital de giro vem justamente para evitar qualquer tipo de perda nas empresas brasileiras. “São R$ 50 bilhões extras. Já tínhamos uma expectativa de alguma coisa em torno de R$ 100 bilhões. Então, é um aumento de 50%. Mas não foi por demanda, foi preventivo”, ressaltou o presidente da Caixa, que, por conta desse entendimento, ainda não prevê novas reduções de juros nas linhas de crédito do banco.

Guimarães destacou ainda que esse capital de giro é voltado para as empresas que estão no foco da Caixa e, por isso, não será oferecido para todas as grandes corporações. O recurso é voltado, portanto, para as micro, pequenas e médias empresas de qualquer segmento e apenas para as grandes empresas que sejam ligadas às áreas de imobiliária e infraestrutura.

Os agricultores e as pessoas físicas também estão no radar da Caixa, mas serão atendidos pelo crédito rural e pelo crédito consignado ou crédito imobiliário. Guimarães garante, por sinal, que esses segmentos seguem crescendo na Caixa Econômica neste início de ano, mesmo diante do temor de uma nova recessão global provocado pelo coronavírus. “Infraestrutura e habitação também continuam muito fortes”, afirmou. Por conta desses números, Guimarães voltou a dizer que atual crise é “uma crise de pânico, não uma crise estrutural”. “Vejo uma crise de expectativa financeira, não uma crise de economia real agora”, afirmou.

O presidente da Caixa admitiu, porém, que o coronavírus pode chegar a afetar a economia brasileira caso persista por um período mais longo, entre seis e 12 meses. Ele garantiu que a Caixa está preparada para ampliar em mais “dezenas de bilhões de reais” as suas linhas de capital de giro, caso isso aconteça e as empresas brasileiras precisem de ainda mais liquidez para enfrentar o coronavírus. Segundo Guimarães, isso é possível, mesmo depois da oferta de R$ 50 bilhões anunciada ontem, porque a Caixa “tem mais de R$ 300 bilhões de excesso de caixa”. “É o banco de maior liquidez e maior solidez do Brasil”, afirmou o presidente da instituição.

Em razão da instabilidade econômica global provocada pelo coronavírus, a Caixa Econômica Federal (CEF) suspendeu a abertura de capital da Caixa Seguridade — medida que poderia levantar mais de US$ 10 bilhões para a empresa. Em comunicado enviado aos seus investidores, o banco explicou que a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade foi suspensa “em razão da atual conjuntura de mercado”. Ele afirmou que ainda não há nova data para a abertura de capital do braço de seguros da Caixa. Tudo "depende de quanto tempo vai durar o coronavírus", segundo Guimarães. Caso a pandemia do coronavírus persista por muito tempo, a abertura de capital da área de cartões da Caixa, que está prevista para o segundo semestre, também pode ser revista.

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