Economia

Mercados financeiros e petróleo voltam a afundar por coronavírus

Wall Street suspendeu as operações pouco depois da abertura nesta segunda-feira (16/3)

Correio Braziliense
postado em 16/03/2020 11:42
Wall Street suspendeu as operações pouco depois da abertura nesta segunda-feira (16/3)Paris, França - Os mercados financeiros despencavam nesta segunda-feira (16/3) e o barril de petróleo Brent também afundava, atingindo seu nível mais baixo desde 2016, em um contexto de pânico com o coronavírus, apesar dos esforços dos bancos centrais. 

Wall Street suspendeu as operações pouco depois da abertura nesta segunda-feira (16/3), no momento em que o índice S&P 500 registrava queda de mais de 8% em meio ao pânico generalizado. A queda do S&P 500 ativou um mecanismo automático de interrupção das negociações por 15 minutos.
 
Os preços do petróleo caíram ao nível mais baixo em quatro anos. Nos EUA, o WTI para entrega em abril fechou em 28,70 dólares, uma queda de 9,5%. O Brent do mar do Norte recuou 11%, a 30,05 dólares el barril.

A Bolsa de São Paulo fechou com queda de 13,92% e o real se desvalorizou ainda mais em relação dólar, que pela primeira vez ficou acima dos 5 reais. O índice Ibovespa fechou a 71.168 pontos, menor nível desde junho de 2018. 

As bolsas de valores europeias fecharam nesta segunda-feira com uma queda acentuada. Em Madri, o IBEX-35 fechou com forte queda de 8,27%; em Milão (Itália), o FTSE MIB caiu 6,1%; em Paris, o CAC 40 caiu 5,75%; Frankfurt 5,31%; e Londres fechou com queda de 4,71%.

A queda nas ações europeias ocorre depois que as Bolsas asiáticas também fecharam no negativo:  Xangai -3,4%, Shenzhen -4,83% e Hong Kong -4,03%. Por outro lado, a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 2,46%, a 17.002,04 pontos. 

Wall Street suspendeu as operações pouco depois da abertura nesta segunda-feira, no momento em que o índice S&P 500 registrava queda de mais de 8% em meio ao pânico generalizado. A queda do S&P 500 ativou um mecanismo automático de interrupção das negociações por 15 minutos. 

Na reabertura, o mercado continuava nervoso, com uma queda de 11,4% do índice Dow Jones, depois de recuar 9,76% antes da suspensão das negociações. O mesmo aconteceu com a Bovespa, que interrompeu suas operações menos de meia hora depois do início da sessão, quando caía 12,53%.

Na Europa, as bolsas de Paris e Frankfurt desabavam mais de 10%, Londres 8,17%, Milão 9,41% e Madri 11,76%. A queda nas ações europeias ocorre depois que as Bolsas asiáticas também fecharam no negativo:  Xangai -3,4%, Shenzhen -4,83% e Hong Kong -4,03%. Por outro lado, a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 2,46%, a 17.002,04 pontos. 

Essa nova "segunda-feira negra", ante o temor de uma recessão global de longo prazo, se soma às perdas históricas sofridas pelas bolsas na semana passada e também atinge o petróleo. O barril de Brent caía mais de 9% nesta segunda-feira, atingindo seu nível mais baixo em quatro anos, devido ao desequilíbrio causado por uma oferta abundante de petróleo e uma demanda que está diminuindo devido ao coronavírus.

Às 11h25 GMT, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio valia US$ 30,53 em Londres, 9,81% a menos do que no final de sexta-feira, depois de ter caído para US$ 30,50, seu nível mais baixo desde fevereiro de 2016. Em Nova York, o barril do WTI, o petróleo de referência nos Estados Unidos, para entrega em abril, perdia 7%, para US$ 29,51, acima do último mínimo atingido na segunda-feira passada de US$ 27,34.

O Federal Reserve (Fed) dos EUA reduziu brutalmente sua taxa de referência para zero no domingo, como Donald Trump vinha pedindo há meses, para tranquilizar um mercado severamente afetado pelas consequências da nova epidemia. O Fed reduziu suas taxas principais para 0%-0,25% e anunciou que iria despejar US$ 700 bilhões no mercado. A última vez que baixou as taxas a esse nível foi em dezembro de 2008, em meio à brutal crise financeira dos "subprimes".

Paralelamente ao Fed, o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais do Japão, Reino Unido, Canadá e Suíça relaxaram as condições de troca de divisas entre eles, a fim de garantir uma oferta suficiente em dólares. Ao colapso dos mercados financeiros, acrescenta-se o das estatísticas econômicas que excederam as previsões mais pessimistas, particularmente na China, a segunda economia mundial atrás dos Estados Unidos.

A produção oficial chinesa contraiu pela primeira vez em 30 anos e as vendas no varejo caíram. A pandemia de Covid-19 matou mais de 6.500 pessoas em todo o mundo, incluindo mais de 2.300 na Europa, o novo epicentro da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).  

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags