Economia

Taxas fecham em baixa com apostas em Copom mais agressivo

Correio Braziliense
postado em 16/03/2020 18:07
Os juros futuros fecharam o dia em queda firme nos contratos de curto e médio prazos e nos longos a alta expressiva que prevalecia na primeira etapa perdeu força à tarde e também cederam. O alívio de prêmios decorreu essencialmente do aumento das expectativas de corte da Selic no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, 18, sendo que começou a ganhar força a percepção de que os diretores possam reduzir a taxa em reunião extraordinária, talvez hoje, a exemplo do que vêm fazendo desde ontem os bancos centrais nos Estados Unidos, Nova Zelândia, Chile e Egito. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sessão regular com taxa de 3,850%, ante 4,261% no ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2022 encerrou a 4,920%, de 5,313% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,852% para 7,800%. As taxas curtas foram as que mais cederam diante da percepção de que o Copom vai se alinhar aos seus pares, podendo agir também de forma antecipada. Na curva a termo, a precificação para a próxima decisão é exatamente de 50 pontos-base, ou seja, 100% de chance. E ainda resta alguma aposta, com precificação de -9 pontos, para o Copom de maio, segundo o Haitong Banco de Investimento. Uma parte do mercado, contudo, duvida que o Copom possa "ousar". "Poderia fazer o anúncio hoje, mas cremos que seria muito ousado para nossa tradição. O mercado vai ajustar a curva para outra queda de 50 pontos na reunião de maio. É o que esperamos", afirma o Banco Fator, em relatório. Entre os economistas, a equipe do Projeções Broadcast atualizou a pesquisa para o Copom desta semana e as apostas na estabilidade da taxa em 4,25%, que apareciam até a semana passada, foram apagadas, e já há previsões de até 1 ponto. Entre 26 instituições, 16 estimam queda de 0,5 ponto; cinco, de 1 ponto; duas, de 0,75 ponto; e três, de 0,25 ponto. No fechamento, a curva mantinha-se inclinada como pela manhã, com a ponta longa caindo menos do que as demais. Na jornada matutina, os vencimentos mais longos chegaram a subir mais de 70 pontos-base, com o mercado reagindo negativamente à piora de risco fiscal e político. Os ataques mútuos entre líderes do Executivo e Legislativo entre ontem e hoje, após o presidente Jair Bolsonaro participar das manifestações pró-governo, elevaram a aposta de que as reformas econômicas serão interrompidas. À tarde, os longos cederam, em meio a fatores técnicos e, em menor medida, com a contribuição do Tesouro na recompra prefixados longos no leilão extra. "A ponta longa caiu à tarde junto com a curta e com a ajuda do leilão", disse o trader da Quantitas Asset Matheus Gallina. O Tesouro recomprou 596 mil NTN-F, ante oferta de 3 milhões e não aceitou propostas na operação de venda. Para as LTN, não aceitou propostas nem na compra nem na venda.

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