Correio Braziliense
postado em 17/03/2020 04:17
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que cinco dos seus maiores bancos associados vão atender ao pedido de prorrogação do vencimento de dívidas para conter os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus. Pessoas físicas e micro e pequenas empresas que estejam em dia com os seus pagamentos terão um prazo adicional de pagamento de até 60 dias. Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander adotarão a medida, com liberdade individual para montar seu pacote de produtos e colocá-los a disposição dos correntistas.
A decisão ajudará empresas e famílias que possuem boa capacidade financeira, e mantêm operações de crédito regulares e adimplentes em curso, permitindo ajustes de seus fluxos de caixa. A iniciativa dispensa que os bancos aumentem o provisionamento, no caso de repactuação de operações de crédito que sejam realizadas nos próximos seis meses.
Segundo a Febraban, os bancos vêm discutindo propostas para amenizar os efeitos negativos da pandemia no emprego e na renda. “Entendem que se trata de um choque profundo, mas de natureza essencialmente transitória. Os bancos estão engajados em continuar colaborando com o país com medidas de estímulo à economia”, diz o comunicado. A entidade percebe que a pandemia do coronavírus constitui “um choque profundo, mas de natureza essencialmente transitória”.
Mais dinheiro
O professor e coordenador do curso de Economia do Iesb, Riezo Silva, ressaltou que a iniciativa tenta promover um movimento anticíclico. “Nesse momento de crise, vários institutos do governo e da iniciativa privada estão tentando colocar dinheiro mais em circulação. Junto à medida do Banco Central, de disponibilizar mais recursos para que os bancos ofereçam crédito, vai ajudar pessoas que deixaram de ter receita. E não terá jeito: as pessoas vão deixando de trabalhar, de produzir e o preço dos produtos aumentará”, afirmou.
Segundo o economista, a renegociação para pagar menos juros é bastante positiva, mas o impacto da medida será visto de médio a longo prazo. “O efeito não é tão rápido, assim como as outras medidas que vêm sendo anunciadas para conter os impactos econômicos do vírus. Isso tem que chegar até o próprio consumidor e, a curto prazo, não tem como saber as variáveis. É preciso injetar mais dinheiro na economia para combater esse ciclo.”
A Febraban informou que a rede bancária e seus canais de atendimento ficarão à disposição do público para apoiar todos os que estejam enfrentando dificuldades em função da atual crise.
* Estagiária sob supervisão de Fabio Grecchi
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