Economia

Por crise do coronavírus, aérea cancela idas ao exterior

Líder do mercado brasileiro, Gol decide suspender voos para fora do país a partir do dia 23, medida que será estendida até 30 de junho. Já a malha interna passará por uma readequação, cuja previsão é de redução entre 50% e 60%

Correio Braziliense
postado em 18/03/2020 06:00
um avião no arA Gol Linhas Aéreas decidiu, nesta terça-feira (17/3), suspender todos os voos internacionais, a partir de 23 de março. A iniciativa, segundo a empresa, é uma resposta à segurança em relação ao coronavírus, à diminuição da demanda e às restrições impostas pelas autoridades estrangeiras.

Líder do mercado doméstico brasileiro, a Gol interrompeu os voos para o exterior até 30 de junho, como forma de “garantir a segurança dos clientes e colaboradores e de se adequar ao novo cenário de demandas por transporte aéreo, dado o advento do coronavírus (Covid-19) em nível global”.

Em nota, a companhia disse que, somado a isso, “está acatando as restrições de viagem impostas pelas autoridades dos países nos quais opera, na América do Sul, na América Central e no Caribe, além de recomendações das autoridades dos Estados Unidos”. “No que se refere ao panorama doméstico, a Gol se empenha, neste momento, em adaptar sua oferta ao novo ritmo de busca por voos, e prevê que fará uma redução de 50% a 60% de sua malha aérea. (…)  No total, entre operações nacionais e internacionais, a companhia espera diminuir entre 60% e 70% suas operações até meados de junho.”

A empresa ressaltou que acompanha de perto as recomendações dos órgãos responsáveis, não só com relação à saúde e bem-estar de quem a escolhe, mas também ligadas à flexibilização das políticas de remarcação e cancelamento de viagens nacionais e internacionais, em seus voos próprios ou realizados em conexão com as companhias parceiras.

Na véspera, a Latam e a Azul, outras duas grandes empresas que operam no país, também tinham anunciado reduções drásticas nos voos internacionais. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) divulgou nota com medidas necessárias para o setor se manter. Na opinião de Flavio Serrano, economista-chefe do Banco Haitong, o governo terá de postergar cobrança de imposto das companhias aéreas. “A margem de lucro deste setor é muito apertada. Se não tem demanda, é melhor deixar o avião parado. Por isso, estão anunciando os cancelamentos”, explicou.

Linhas interrompidas


Argentina

» Galeão (GIG)-Córdoba (COR): voo 7613 - última operação - 22/3.
» Galeão (GIG)-Rosário (ROS): voo 7617 - última operação - 22/3.
» Galeão (GIG)-Ezeiza (EZE): última operação 20/3.
» Guarulhos (GRU)-Ezeiza (EZE): última operação 21/3.
» Guarulhos (GRU)-Mendoza (MDZ): última operação 19/3.
» Recife (REC)-Ezeiza (EZE): última operação 14/3.
» Natal (NAT)-Ezeiza (EZE): última operação 16/3.
» Salvador (SSA)-Ezeiza (EZE): última operação 14/3.
» Fortaleza (FOR)-Ezeiza (EZE): última operação 14/3.

Bolívia
» (Guarulhos) GRU-Santa Cruz de La Sierra (VVI): última operação 19/3.

Chile
» Guarulhos (GRU)-Santiago (SCL): diurno (voos 7660 e 7663): última operação 20/3.
» Guarulhos (GRU)-Santiago (SCL): voo 7662 - última operação 20/3; e voo 7661 (SCL-GRU) - última operação 21/3.
» Santiago (SCL)-Guarulhos (GRU): última operação 21/3.
» Recife (REC)-Santiago (SCL): última operação 14/3.

Equador
» Guarulhos (GRU)-Quito (UIO): última operação 15/3.

Estados Unidos
» Brasília (BSB)-Orlando (MCO): última operação 20/3.
» Fortaleza (FOR)-Orlando (MCO): última operação 20/3.
» Manaus (MAO)-Orlando (MCO): última operação 14/3.
» Brasília (BSB)-Miami (MIA): última operação 19/3.

México
» Brasília (BSB)-Cancún (CUN): última operação 20/3.

Paraguai
» Assunção (ASU)-Guarulhos (GRU): última operação 20/3.

Peru
» Guarulhos (GRU)-Lima (LIM): última operação 15/3.

República Dominicana
» Guarulhos (GRU)-Punta Cana (PUJ): última operação 21/3.

Suriname
» Belém (BEL)-Paramaribo (PBM): última operação 07/3.

Uruguai
» Recife (REC)-Montevidéu (MVD): última operação 21/3.
» Guarulhos (GRU)-Montevidéu (MVD): voo 7632 – última operação 20/03; e voo 7727 – última operação 21/3.
» Guarulhos (GRU)-Montevidéu (MVD): voos 7630 e 7631 - última operação 21/3.
» Galeão (GIG)-Montevidéu (MVD): última operação 19/3.

Transporte rodoviário quer ajuda

Depois que as companhias aéreas pediram socorro, ontem foi a vez de o setor de transporte rodoviário alertar para um possível colapso com queda na demanda. A Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros (Anatrip) informou que, sem apoio do governo federal e dos governos estaduais, o serviço público de transporte coletivo rodoviário de passageiros poderá entrar em colapso em até 90 dias. Por conta da pandemia do coronavírus, a redução na demanda de passageiros é estimada em 60%. O setor de cargas, fundamental para o abastecimento, anunciou medidas de precaução para garantir a continuidade do serviço.

Para a preservação das empresas e garantia da continuidade dos serviços, a Anatrip propõe a suspensão por seis meses da cobrança de PIS/Cofins e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), incidente nos combustíveis, no âmbito federal, e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tanto o que incide sobre o óleo diesel, quanto o que é cobrado dos passageiros, no âmbito estadual. A entidade também pede a desoneração da folha de pagamento, a fim de preservar empregos. A Anatrip calculou que, caso as empresas não resistam à crise, 100 mil empregos diretos e 400 mil indiretos serão atingidos, pois a demanda de passageiros já caiu aproximadamente 60%.

Já a NTC&Logística, associação das transportadoras de carga, tomou medidas internas para evitar a disseminação do vírus. Reuniões e eventos estão suspensos e devem ser evitadas aglomerações no interior dos estabelecimentos. 

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