Economia

Medidas de fora refletem no mercado

Correio Braziliense
postado em 18/03/2020 04:13
O mercado reagiu bem aos pacotes de estímulo de vários países para conter os impactos econômicos da pandemia do coronavírus. O governo americano anunciou que pretende enviar cheques aos cidadãos para aliviar as consequências econômicas. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse que o governo está estudando o envio dessa ajuda nas próximas duas semanas. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou que voltará a comprar títulos de dívida empresarial de curto prazo para aliviar os mercados de crédito. Já o banco central do Japão fez, ontem, sua maior injeção de fundos em dólar desde 2008, enquanto que o BC da Turquia antecipou e cortou sua principal taxa de juros em 1 ponto percentual.

Acompanhando as altas externas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), recuperou perdas após o tombo do dia anterior, quando chegou a ter os negócios interrompidos logo na abertura. Os investidores ajustaram posições no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e o índice subiu 4,85%, a 74.617 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 35,8 bilhões. Nos  EUA, o S&P 500, principal indicador de avaliação das ações do mercado americano, teve alta de 6%, a 2.529 pontos. O Dow Jones valorizou 5,2% e a Nasdaq registrou ganhos de 6,23%. Em Londres o FTSE 100 terminou com alta de 2,79% e na França o CAC 40 subiu 2,84%.

No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou um pacote de medidas de R$ 147 bilhões para tentar reduzir os impactos da pandemia na atividade do país. De acordo com o plano, tais recursos serão empregados em medidas emergenciais, para atender grupos mais vulneráveis da população e setores específicos da economia.

Indiferença
Segundo o analista de ações da Rico Investimentos, Thiago Salomão, as medidas brasileiras não foram comemoradas pelo mercado. “Não trouxeram nenhum dinheiro novo. Foi muito mais a antecipação de pagamentos que já seriam feitos ao longo de 2020. O mercado acaba reagindo mais na medida em que estímulos forem anunciados lá fora”, destacou.

O analista de ações da Clear Corretora, Rafael Ribeiro, também atribui o fôlego na Bolsa à decisão do Copom, que deve ser anunciada no fim do dia. “Essa força-tarefa dos BCs pelo mundo, em dar liquidez ao mercado via estímulos monetários, deve forçar o Copom a cortar a Selic em pelo menos 0,5 ponto”, observou.

Após fechar acima de R$ 5, pela primeira vez na história, na véspera, o dólar comercial encerrou o dia estável, registrando recuo de 0,87% e cotado a exatos R$ 5,00. Na máxima, a moeda americana chegou a bater em R$ 5,07. Um pouco antes da abertura, o BC anunciou um novo leilão de linha com recompra de até US$ 2 bilhões.

Para o superintendente de investimentos da Infinity Asset, Camilo Cavalcanti Jr., o BC ainda guarda munição para segurar uma alta mais intensa, quando o corte de juros se concretizar. “Temos muitas reservas internacionais para poder usar, e justamente nesses momentos”, afirmou.

* Estagiária sob supervisão de Fabio Grecchi





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