Economia

Dólar cai com ação do BC dos EUA

Correio Braziliense
postado em 20/03/2020 04:04
O mercado teve um breve alívio, ontem. Depois do tombo de 10,35% na véspera, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), registrou alta de 2,15%, alcançando 68.331 pontos. O dólar, que tinha renovado a máxima nominal histórica no pregão anterior, recuou 1,79%, terminando o dia cotado a R$ 5,10. A descompressão  ocorreu após anúncio de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) emprestará dólares para diversos países com o objetivo de reduzir a tensão nos mercados.

Foi anunciado um programa temporário de empréstimo a bancos centrais de nove países, incluindo o Brasil. Serão fornecidos até US$ 60 bilhões, individualmente, para os BCs de Brasil, Austrália, Coreia do Sul, México, Cingapura e Suécia, e outros US$ 30 bilhões para Dinamarca, Noruega e Nova Zelândia. As operações permanecerão em vigor por pelo menos seis meses, segundo comunicado do Fed.

O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, ressaltou o alívio que a medida gerou nas principais Bolsas de Valores do mundo, que fecharem em alta. “Isso ajudou. Outros bancos centrais também se juntaram, o que deu mais uma garantia de liquidez. Esse mecanismo também foi disponibilizado na crise de 2008 e acabou não sendo usado. Hoje o nosso nível de reservas é muito alto, e pode ser que também não precise utilizar, mas o fato de ter esses recursos disponíveis acalma o mercado”, avaliou.

Além disso, acrescentou, “na parte da manhã vimos uma recuperação forte do petróleo que se solidificou ao longo do dia. Isso também teve um peso importante para a nossa cadeia,  como a Petrobras”.

O Bank of  England (banco central da Inglaterra) cortou os juros em 15 pontos-base para 0,1% ao ano. A autoridade monetária também elevou a compra de títulos da dívida britânica em 200 bilhões de libras, para 645 bilhões de libras. Na véspera, o Banco Central Europeu (BCE) lançou um pacote de 750 bilhões de euros para prover liquidez aos mercados.

Segundo o analista da Austin Rating, Alex Agostini, as medidas externas se refletiram de maneira contundente no Brasil. “Estamos muito suscetíveis hoje ao que acontece na economia global, principalmente nos Estados Unidos”, afirmou. Apesar do breve momento de otimismo, ele destacou que a volatilidade deve continuar. “Isso também vem criando oportunidades de compra, muita gente acha que as ações ficaram baratas e aproveitam para comprar. Aqui no Brasil o governo também vem tomando medidas para ajudar empresas, como as do setor aéreo, que dão um pouco de alívio.”

* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo




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