Economia

BC reforça que câmbio é flutuante, mas promete intervir se for necessário

Questionado sobre a alta do dólar, Campos Neto argumentou que esse movimento reflete a corrida dos investidores para ativos de menor risco

Correio Braziliense
postado em 23/03/2020 11:20
Questionado sobre a alta do dólar, Campos Neto argumentou que esse movimento reflete a corrida dos investidores para ativos de menor risco
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a dizer que o dólar é flutuante ao anunciar as medidas da autoridade monetária para o enfrentamento dos impactos econômicos do Covid-19 na manhã desta segunda-feira (23). Porém, garantiu que o BC vai fazer o que for preciso para garantir o funcionamento adequado da moeda, que hoje está sendo negociada a R$ 5,03. 

Questionado sobre a alta do dólar, Campos Neto argumentou que esse movimento reflete a corrida dos investidores para ativos de menor risco - movimento que, frisou, tem afetado várias economias emergentes, não só a brasileira, nesse momento de incerteza e aversão ao risco. Porém, reforçou que o BC vai usar todo o seu arsenal para garantir que o câmbio continue funcionando de forma adequada em meio às incertezas sobre o coronavírus. 

"Entendemos que o câmbio é flutuante, mas temos um arsenal muito grande e vamos usar se for preciso", afirmou Roberto Campos Neto.

Ele lembrou ainda que o BC já vem atuando no mercado de câmbio nas últimas semanas, com uma série de leilões extraordinárias de swaps cambiais que tentaram garantir a liquidez do sistema e até com a venda de reservas internacionais. E garantiu que ações mais incisivas podem ser tomadas, caso seja necessário. "O BC tem atuado bastante no mercado de câmbio nos últimos dias. Temos reservas equivalentes a 20% do PIB. Fizemos uma linha com o Fed que nos dá mais capacidade. Também temos feito ações coordenadas com o Tesouro que têm dado suporte ao mercado de títulos públicos", afirmou.

Ele admitiu, por sua vez, que espera não ter que usar a linha de swap de liquidez até US$ 60 bilhões que foi negociada com o Federal Reserve (Fed) - o banco central norte-americano - na semana passada, com o objetivo de aumentar a oferta de dólar no mercado doméstico. "Esperamos não precisa usar, mas é um seguro importante num momento de crise. Fomos um dos primeiros países a pegar essa linhas, mas não existe necessidade de fazer isso no curto prazo", disse, frisando que, ao contrário do Brasil, países como o México já estão trabalhando para usar esses recursos do Fed. 

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