Correio Braziliense
postado em 24/03/2020 09:33
As vendas do varejo brasileiro começaram o ano em queda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o baque foi de 1% já em janeiro, quando o setor ainda não era afetado pela pandemia do coronavírus.O número é o pior para o mês desde 2016. Porém, deve se agravar nos próximos meses, devido ao fechamento do comércio que vem sendo decretado Brasil afora por conta da pandemia do Covid-19. “Precisamos esperar os resultados dos próximos meses para avaliar”, confirmou o analista do IBGE Cristiano Santos.
Os dados iniciais do IBGE, contudo, mostram que o setor já vinha fraco antes mesmo desse choque do coronavírus. É que, em janeiro, o IBGE já constatou queda do volume de vendas em cinco das oito atividades varejistas pesquisadas.
O recuo foi observado nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-1,9%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,6%), combustíveis e lubrificantes (-1,4%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,2%).
Só houve alta, portanto, nas vendas de tecidos, vestuário e calçados (1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%).
Esses números comparam as vendas de janeiro de 2020 com as de dezembro de 2019. E, por isso, revelam certa sazonalidade, por conta do fim das compras de fim de ano. Se comparado com janeiro de 2019, por exemplo, as vendas tiveram alta de 1,3%. Ainda assim, o IBGE afirma que o resultado confirma uma perda de ritmo do setor. “É um crescimento, mas menor a cada ano. A taxa permanece 5,4% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014”, explica Santos.
Varejo ampliado
Já o comércio varejista ampliado, que também considera as vendas de veículos e material de construção, teve um aumento de 0,6% nas vendas em janeiro, em comparação com dezembro. Comparando janeiro de 2020 com janeiro de 2019, a alta foi de 3,5%. A alta foi puxada pela venda de veículos, que cresceu 8,5% em janeiro, mas hoje também tem sido afetada pelo coronavírus.
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