Economia

Governo e aéreas fecham acordo para manter voos para capitais

Governo e companhias aéreas fecham acordo para manter uma operacionalidade mínima e não prejudicar a distribuição, nos estados, dos 10 milhões de kits de teste rápido para detecção da infecção do coronavírus

Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 06:00

Manter aéreas operando, segundo Tarcísio, garante distribuição de remédio, insumo e equipamento hospitalarPara manter a integração do país, o governo federal e as companhias aéreas entraram num acordo que vai garantir a operação nas capitais. Mesmo em um cenário de violenta queda na demanda por passagens aéreas, na ordem de 75% no mercado doméstico –– segundo a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) ––, o alinhamento foi definido após reunião entre empresas, Ministério da Infraestrutura, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Um dos objetivos é ter como distribuir, nos estados, os 10 milhões de kits de teste rápido para a Covid-19. O governo estima receber 5 milhões de testes adquiridos pelo Ministério da Saúde e outros 5 milhões doados pela Vale.


O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, destacou a importância do apoio estadual à operação para que o transporte aéreo seja considerado um dos serviços essenciais a ser mantido em pleno funcionamento. “O Brasil já conta com um deficit na balança comercial do setor de saúde e boa parte da distribuição de remédios, vacinas, insumos e equipamentos hospitalares é feita nos porões da aviação comercial”, destacou.

Segundo o diretor presidente da Anac, Juliano Noman, as companhias aéreas em muitos países responderam à pandemia de coronavírus suspendendo completamente as operações. “O que prejudica fortemente a economia, e até a saúde da população. Trabalhamos intensamente junto às empresas para possibilitar a manutenção de uma rede doméstica capaz de garantir um serviço aéreo mínimo no Brasil”, disse.

Após o acordo, a Gol anunciou readequação de sua malha doméstica a partir do próximo sábado, se estendendo até 3 de maio. Durante esse período, a companhia manterá as operações para as capitais, enquanto as regionais e internacionais regulares estarão suspensas. “A Gol fará voos extras para atender eventuais demandas específicas em destinos regionais e internacionais”, explicou, em nota.

Só o essencial

Até maio, a Gol manterá uma malha essencial de 50 voos diários, que conectará todos os estados brasileiros, a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), em São Paulo. A Gol também flexibilizará o tempo limite das conexões, que aumentará de forma a garantir a ligação entre capitais em até 24 horas. “Essa nova malha aérea temporária resulta na redução da oferta da Gol, desde o início da crise da Codiv-19, de aproximadamente 92% nos mercados domésticos e 100% nos internacionais”, justificou.

A Azul assegurou que manterá voos domésticos e ajudar no transporte de cargas. Entre hoje e 30 de abril, a companhia terá 70 voos diários para 25 cidades, em operações essenciais para aqueles que necessitam viajar. “A companhia manterá voos que também possibilitarão o transporte de cargas, como medicamentos e órgãos, e de profissionais da saúde que trabalham diretamente no combate à pandemia”, informou.

Procurado para dar mais detalhes da operação de distribuição dos kits, o MInfra informou que foram feitas apenas tratativas iniciais. Indagada, a Latam não respondeu até o fechamento desta edição.

Ibovespa sobe 9,69%; dólar em R$ 5,08


O mercado financeiro teve um dia de alívio, em meio às notícias menos negativas sobre a pandemia, e os investidores se animaram com a chance de aprovação no Congresso americano do pacote de US$ 2 trilhões para enfrentar os efeitos econômicos da crise. O Ibovespa registrou alta de 9,69%, aos 69.729 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 25,5 bilhões. Em Nova York, o índice Dow Jones saltou 11,37%, em seu melhor pregão desde 1933, enquanto o S&P 500 avançou 9,38% e a Nasdaq teve ganhos de 8,12%. O otimismo também refletiu no câmbio: o dólar comercial registrou depreciação de 1,12%, cotado a R$ 5,08. Para os analistas, a leve desvalorização da moeda diante do real acompanha o movimento de reentrada de recursos e diminuição da aversão ao risco, que leva à corrida pelo dólar.

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