Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 10:02
O setor de serviços ensaiou uma leve recuperação no início desde ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,6% em janeiro, após o baque de 2,8% registrado em novembro e dezembro de 2019. O resultado, contudo, ainda não reflete os impactos da pandemia do coronavírus, que nas últimas semanas provocou a redução de boa parte dos serviços brasileiros.O resultado da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de janeiro, divulgada nesta quarta-feira (25) pelo IBGE, foi puxado para cima pelo setor de transportes. O item avançou 2,8%, sobretudo por conta da alta no segmento de transporte terrestre, que registrou aumento de 4% no primeiro mês deste ano. “O setor de transporte, que é o segundo maior peso entre os cinco setores investigados, foi impulsionado pelos transportes ferroviários e rodoviários de carga", contou o gerente da PMS do IBGE, Rodrigo Lobo, explicando que o transporte de cargas foi impulsionado pela alta de 0,9% registrada pelo setor industrial em janeiro.
Também houve alta nos segmentos de outros serviços (1,2%), serviços prestados às famílias (0,7%) e serviços profissionais administrativos e complementares (0,1%). O único segmento de serviços que apresentou queda em janeiro foi, portanto, o de informação e comunicação (-0,9%). Mas ainda houve uma retração significativa do índice de atividades turísticas, que caiu 0,3% em janeiro, após ter subido 1,9% em dezembro.
O dado positivo de janeiro ajudou a compensar a desaceleração sofrida pelo setor no final de 2019. Segundo Rodrigo Lobo, com esse resultado, o setor voltou para o patamar registrado em novembro do ano passado. Ele admite, porém, que esse patamar ainda é 9,8% menor que o pico dos serviços brasileiros, registrado em novembro de 2014. E o setor admite que essa curva de recuperação não deve continuar nos próximos meses, já que boa parte do setor precisou fechar as portas nas últimas semanas devido ao isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus.
"O setor ensaiava uma recuperação, ainda que lenta e errática. Mas o cenário que se forma a partir de março é de paralisação de diversos setores", reconheceu Rodrigo Lobo.
Ele ainda disse que os impactos do coronavírus devem ser mais fortes justamente nos segmentos que sustentaram o crescimento de janeiro, como o segmento de transporte. "Os impactos mais agressivos do efeito de isolamento social devem ser sentidos nos serviços prestados às famílias, onde estão os hotéis e restaurantes, que foram muito abalados pela redução do pico e pelo fechamento de estabelecimentos; e nos serviços de transportes, tanto no transporte de cargas, que vai sofrer uma redução em função do fechamento das empresa industriais e comerciais, quando no transporte de passageiros, seja via transporte aéreo ou terrestre", afirmou.
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