Economia

Ibovespa tem alta de 7,50% acompanhando exterior e dólar recua a R$ 5,03

Em Nova York, o índice Dow Jones teve ganhos de 2,39%, enquanto o S 500 avançou 1,15%.

Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 17:55
Em Nova York, o índice Dow Jones teve ganhos de 2,39%, enquanto o S 500 avançou 1,15%.Apesar da instabilidade no cenário político brasileiro, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) registrou mais um dia de alta repercutindo as ações globais contra os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus. O índice brasileiro que na véspera já havia tido ganhos de 9,69% com a melhora no humor dos investidores, registrou alta de 7,50%  a 74.995  pontos, com volume financeiro negociado de R$ 28,6 bilhões. Na Europa a Bolsa de Valores de Paris apresentou alta de  4,47%, já a de Londres subiu 4,45%. Em Nova York, o índice Dow Jones teve ganhos de 2,39%, enquanto o S&P 500 avançou 1,15%.

Nas bolsas americanas o otimismo se deu  após o Congresso chegar a um acordo para aprovar o pacote de US$ 2 trilhões em estímulos para mitigar os efeitos econômicos da pandemia no país.  O acordo ainda preliminar  deve seguir para votação no Senado e na Câmara dos Representantes e só depois irá à sanção do presidente Donald Trump. Aumentando o alívio, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, pediu aos ministros das Finanças da zona do euro que considerem a emissão de  títulos extraordinários de dívida, que ajudariam a combater a crise causada pelo coronavírus.

O analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro, destaca que acima de tudo os investidores observam os esforços dos Bancos Centrais. “O BCE disposto a mudar a ferramenta de compra de títulos, que já estava guardada desde 2012 quando houve crise dos títulos, é mais um plano e mostra que vão promover fluxo de crédito e não travar o sistema financeiro,  que é a grande preocupação do mercado como todo. Os estímulos americanos querendo ou não também ajudam a melhorar os ânimos, mas em geral o mercado tem um repique”, afirmou. O movimento de alta, usualmente de curta duração, ocorre durante processo de baixa de preços a que estão submetidos os títulos.

No cenário doméstico, gera instabilidade o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, que voltou a se referir ao coronavírus como “resfriadinho” e defendeu que as pessoas voltem a trabalhar para que não haja desemprego. No discurso, contrariando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde, o presidente criticou o fechamento de escolas e do comércio no Brasil, o que causou atrito e discordância  em reunião com os governadores. 

Saiba Mais

O dólar comercial também repercutiu a onda de otimismo do mercado externo, a moeda norte-americana registrou queda de 0,93%, cotada a R$ 5,03. Segundo os analistas o câmbio vive uma correção natural em meio aos estímulos mundiais que injetaram liquidez no mercado, como o empréstimo de swap ofertado na semana passada pelo pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). 

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu 46 pontos-base a 4,60%, o DI para janeiro de 2023 teve queda de 71 pontos-base a 6,05% e DI para janeiro de 2025 recuou 82 pontos-base a 7,57%. Segundo o analista da Clear Corretora, a curva sugere que o Banco Central promova o corte a taxa Selic mais uma vez em sua próxima reunião. “Aponta que existe espaço para cortar mais juros e manter a taxa em níveis históricos”, afirmou Ribeiro.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags